Como enxergar as guerras e as matanças

Duas chamadas na capa do Estadão mostram que não está fácil ser analista internacional e tampouco leitor de análises numa hora dessas.

Esta é a chamada para o artigo de Thomas Friedman, um dos mais importantes jornalistas americanos, publicado originalmente no The New York Times:

“Por que subitamente tudo parece estar desmoronando para Israel
O estado judeu de Israel está em perigo gravíssimo hoje e o perigo vem tanto do Irã quanto da atual coalizão governante”.

E esta é a chamada para o artigo de Farnaz Fassihi, especialista em ONU e Oriente Médio do mesmo NYT, nascida nos Estados Unidos e filha de pais iranianos:

“Os líderes do Irã estão vulneráveis, divididos e ‘completamente derrotados’ por Israel
Diante de uma escolha entre uma guerra total ou ficar quieto no interesse da autopreservação, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, parece estar escolhendo a segunda opção”.

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PODER
Bons analistas, como os dois acima, juntam informações, não para dar palpites, mas para tentar ajudar na compreensão de cenários e expectativas.

Mas nenhum analista hoje responde à grande pergunta, que não para de crescer e inquietar: o mundo árabe e muçulmano que se põe ao poder americano e israelense tem forças para vencer as guerras ou pelo menos parar as matanças?

Com tudo o que vem acontecendo, parece que não tem.

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A SEQUÊNCIA
Mataram Saddam Hussein em 2006. Mataram Bin Laden em 2011. Mataram Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico, em 2019. Mataram Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas, em agosto deste ano.
Mataram agora Hassan Nasrallah, chefe do Hezbollah. É uma goleada pró-Estados Unidos e Israel, que matam inimigos do mundo árabe e muçulmanos enquanto continuam matando crianças, mulheres e idosos.

CHEGA
Os jornalistas poderiam parar de falar de mundo distópico para definir a matança do neonazista Netanyahu em Gaza e no Líbano.

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A PERGUNTA
Hildegard Angel perguntou em entrevista com a reitora da UERJ, Gulnar Azevedo e Silva: “O movimento estudantil ainda existe?”
Vale a pena ouvir a resposta completa, quando falavam dos conflitos recentes na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. O link está logo abaixo.

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