O jornalismo da távola quadrada

Repetem nos jornais, pra ver se cola, que Eduardo Cunha pode ser comparado a Dilma Rousseff porque teria caído pelo conjunto da obra. O jornalismo trata o leitor como um alienado da Távola Quadrada.

Não, não há nada de semelhante entre Cunha e Dilma. Cunha caiu por ser mafioso comprovado e porque finalmente foi abandonado pelos parceiros (apesar de a imprensa, os deputados e o Supremo se comportarem por um ano, até o golpe, como desentendidos).

E Dilma foi derrubada sob o pretexto das tais pedaladas e, principalmente, porque venceu a direita em quatro eleições, em turno e returno, e porque Lula pode vencer a próxima.

Investigaram até a bicicleta de Dilma e não acharam nada. Comparar Cunha e Dilma é como querer comparar Carlos Magno e rei Arthur. É uma mistura grotesca de ignorância, má fé e desprezo pelo leitor.

Michel Temer pode até insinuar que lê almanaques, e lê mal, mas o jornalismo que assessora o golpe precisa cuidar melhor da imagem.

E já que estamos falando de jornalismo, tentar estabelecer alguma semelhança entre as situações de Cunha e Dilma é como querer comparar Reinaldo Azevedo ao Jânio de Freitas.

 

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