DALLAGNOL E O PROTEGIDO JOSÉ SERRA

O esquema de proteção que a Lava-Jato criou para o alto tucanato fica mais uma vez provado nas mensagens divulgadas ontem e hoje pela Vaza-Jato.

Deltan Dallagnol tenta articular sua turma para cercar Gilmar Mendes, começando a caçada pelo rastreamento de contas na Suíça. As contas são de Paulo Preto, o mafioso faz-tudo do PSDB paulista.

Através do operador tucano, Dallagnol acredita que chegaria a Gilmar Mendes, porque o ministro era ligado a Aloysio Nunes Ferreira. Dallagnol acredita que iria achar a prova de que parte do dinheiro de Preto na Suíça seria de Mendes.

A investigação é ilegal e torta. Dallagnol quer, de qualquer forma, pegar Gilmar Mendes. E tenta o atalho que imagina possível pelo imaginado vínculo criminoso do ministro com Aloysio, por suas ligações no governo de Fernando Henrique.

Aloysio era ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência e Mendes foi subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil e depois advogado-geral da União. Se Aloysio estava no esquema de Preto, Mendes também estaria.

Dallagnol e seus arapongas de Curitiba não falam, em momento algum, no verdadeiro dono do dinheiro, o senador José Serra, o zumbi tucano.

Seriam mais de R$ 100 milhões resultantes de propinas de empreiteiros, depositados na Suíça, fora outras contas com cifras para todos os gostos.

Nas conversas com seus pupilos, Dallagnol não cita o nome de Serra. Preto, todo mundo sabe, até o Queiroz sabe, sempre foi o laranja de Serra.

Mas Dallagnol não queria pegar Mendes através do tucano graúdo, queria o miúdo, e por isso, para fazer a conexão, tentou chegar a Aloysio.

Podem argumentar que Serra tinha foro privilegiado. Aloysio também tinha, como senador. E ninguém dos investigados por Dallagnol tinha mais foro do que Gilmar Mendes.

Se quisesse, pela arapongagem ilegal e de acordo com a hipótese levantada, chegaria com mais facilidade às contas suspeitas através de José Serra. Mas Serra, Aécio, FH e o alto tucanato eram intocáveis para Sergio Moro, Dallagnol e seus subalternos.

Umas das decisões do Supremo que beneficiam Serra com prescrição, por velhice, no caso das propinas que foram parar na Suíça, foi tomada pelo próprio Gilmar Mendes. Os procuradores ignoram essa relação, tentando atribuir a Aloysio a indicação do ex-advogado-geral para o STF. Aloysio não tinha cacife para tanto.

O que as conversas divulgadas ontem e hoje (sobre o uso da Rede e de Randolfe Rodrigues como estratégia para tentar derrubar Mendes) reafirmam que Dallagnol não estava preocupado com corruptos, mas com a consumação de uma vingança.

O procurador ignora Serra como chefe de Paulo Preto e tenta cercar Mendes apenas como revanche da briga com o ministro que mais questiona os desatinos da Lava-Jato.

Dallagnol e seus subordinados, todos trabalhando sob a chefia geral de Sergio Moro, queriam pegar Gilmar Mendes e tirá-lo do Supremo, como aparece nas mensagens. E Serra, o patrão de Paulo Preto, era o amigão a ser preservado.

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