De novo, não

O pior desta história da devolução do pacote anticorrupção à Câmara é o risco de se assistir de novo à performance do relator do projeto.
O deputado que aceitou os argumentos do procurador-chefe da Lava-Jato jogou para a torcida o tempo todo. Lamentava nas entrevistas para a TV a desfiguração do pacote por seus colegas. Mas, antes, havia se submetido às determinações do procurador Deltan Dallagnol para que MP e Judiciário não fossem enquadrados por abuso de autoridade.
Se o relator for de novo o mesmo, e com aquelas caras e bocas, é preferível que o projeto seja aprovado como foi mandado por Dallagnol. Na íntegra, sem debate, por uma Câmara submissa a um MP impositivo e atrofiado. E que a Lava-Jato, como diz Gilmar Mendes, passe a mandar no Congresso.
A situação está tão esdrúxula que chegamos ao ponto de concordar com Gilmar Mendes. Um dos sonhos da Lava-Jato é fazer leis. Os outros sonhos estão mais para pesadelos, para todos nós.

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