Discursos

Essa história de que a mulher do Donald Trump plagiou o discurso de Michele Obama é amadora demais. Ela teria dispensado o texto feito por dois redatores profissionais e juntado umas amigas para fazer outra versão.

Todo jornalista fez, em algum momento, um discurso para alguém. Há uns 10 anos, eu fiz o texto para a fala de um conhecido (não era uma autoridade) em um evento sobre as escaramuças farroupilhas.

Fiz um texto com algumas críticas ao próprio farroupilhismo. Mandei por email, não tive retorno e fui ao evento.

Quando o homem pegou um papel e começou a ler o discurso, vi que não tinha nada do que eu havia escrito. O discursador se foi por outro caminho até o final e deixou de lado o meu texto.

No final do discurso, pedi que ele me devolvesse o texto, como se existisse só aquela cópia (que era dele, afinal). Ele tirou do bolso e me deu. Desculpou-se por não usá-lo, porque seria muito forte para os farroupilhas.

Voltei e me sentei na plateia, quando outro conhecido sentou-se ao meu lado. Disse que era um dos discursadores da noite, mas estava desprevenido e não sabia direito o que iria dizer de improviso.

Eu puxei o discurso do bolso. Ele olhou, gostou e levou. Leu o discurso e foi muito aplaudido, inclusive pelo que havia feito a encomenda e depois a rejeitara.

Uns anos depois, o mesmo texto foi reaproveitado como artigo, com algumas adaptações.

Se a mulher do Trump tivesse falado comigo…

 

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