Doenças, curas e democracia

“Mais um curado aqui, mais um curado aqui”, repetia um pastor que aparecia no imenso telão na parede do Gigantinho. Passei por ali hoje à tarde.
Um encontro de neopentecostais em busca de milagres. As filas de ônibus de excursão começam no viaduto perto da Fundação Iberê e vão até a Ipiranga, na Avenida Beira-Rio.
Tem gente na rua, diante do Gigantinho. Centenas. A Avenida Padre Cacique estava engarrafada. O encontro parou a zona sul de Porto Alegre.
A parada obrigatória nos obrigou a ouvir o homem gritando com as mãos para o alto: mais um curado aqui, mais um curado aqui.
Dizem que não haverá salvação para as esquerdas, se não tiverem a compreensão do avanço dos milagreiros pentecostais da extrema direita sobre a população em desalento ou em desespero mesmo.
Mas o poder dessas estruturas é uma questão para muito além das esquerdas. É um dilema real para a democracia.

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