E agora?

E tem gente que achava, até domingo, que o pior dos mundos seria a queda do Internacional para a Segundona.
E eis que Marchezan Júnior e Sebastião Melo estão na final da primeira divisão em Porto Alegre. O que fazer? Estes são alguns dos dilemas das esquerdas:
1 – Com abstenção, voto nulo e mais voto em branco, o eleitor de esquerda pode repetir o boicote em massa às eleições parlamentares logo depois do golpe de 64.
É um gesto político forte. O novo prefeito seria eleito apenas pelo pessoal do Parcão e passaria a ser visto como ilegítimo inclusive na Ucrânia.
Mas há quem ache que essa não é a saída. Porque o protesto talvez não levasse a nada e o eleito ainda poderia se consagrar depois, mesmo sem voto (o homem do Jaburu está tentando isso).
2 – Considerando-se a mesma tática do voto inválido, poderia ser criado o pior dos mundos.
A tática favoreceria a direita mais ideológica, que vai abandonar Melo e concentrar ainda mais os votos no Marchezan, como já fez no primeiro turno.
E Marchezan na prefeitura fortaleceria o PSDB para a eleição ao governo do Estado. Os tucanos poderiam finalmente ressuscitar, depois do governo Yeda. E teriam um importante palanque estadual como vitrine para o país.
3 – Outra saída. Votar em Sebastião Melo e torcer para que dê certo, porque o candidato do PMDB entra na corrida em desvantagem.
O risco é o de votar em Melo e não adiantar nada. Não haveria o protesto do voto inválido e ainda seria legitimada a eleição do representante da extrema direita.
4 – Que seja o que Deus quiser e o diabo desejar. E vamos nos preparar para a próxima Copa do Mundo no Brasil, pensando sempre no jogo com a Alemanha.

One thought on “E agora?

  1. Faz tempo que os brasileiros adquiriram o hábito da aventura eleitoral. Em 1959, elegemos, com 100 mil votos, o rinoceronte Cacareco. Dois anos depois, colocamos um maluco na presidência. Com a redemocratização, quando achávamos que havíamos aprendido a lição, elegemos presidente um aventureiro. Essa prática folhetinesca seguiu-se anos a fio com a eleição de palhaços, fanáticos, trambiqueiros, guerrilheiros convertidos em defensores da democracia. Quando o processo parecia ter se esgotado, eis que elegemos um semianalfabeto, e logo depois um poste. Nas eleições de ontem havia o risco de que essa velha prática ainda se mantivesse viva, e elegêssemos fósseis para a prefeitura.. Mas não, felizmente. Acho que, finalmente, acabamos por nos convencer de que essa brincadeira nos custou caro.

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