Eles querem o amarelo porque querem
A Folha pagou o maior mico ao defender que o amarelo seja a cor da resistência, como foi nas Diretas. Não há como, não agora.
Hoje, num esforço de reportagem, para tentar rebater as reações, o jornal mobilizou suas fontes para dizer que o amarelo “está presente nas religiões” e que “do candomblé ao hinduísmo, a cor veste divindades e indica renovação”.
Pode ser. Mas não como expressão de resistência política.
O amarelo, a camisa da Seleção, o hino, tudo foi sequestrado pela extrema direita.
Ontem à tarde, um avião sobrevoou a zona sul de Porto Alegre, tocando o hino e anunciando que Bolsonaro e Deus estão acima de todos. Só faltou uma faixa amarela.
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UM LÍDER A MENOS
A cara do aposentado Ángel José Spotorno, de 75 anos, está na capa dos jornais argentinos.
Ele era líder e figura manjada de todas as mobilizações contra a quarentena em Buenos Aires.
Administrava dois grupos no Facebook, “A Argentina não se entrega” e “A República nunca será vermelha”, e passava o dia no WhatsApp.
Morreu sábado em casa com a Covid19. Uma sobrinha disse que Spotorno se negava a ficar em isolamento.
A luta dele era mostrar aos argentinos que a quarentena favorecia os comunistas e que a pandemia era uma armação dos peronistas.
A sobrinha, que condenava seu negacionismo, foi quem avisou a imprensa que o militante da extrema direita havia morrido infectado pela peste que ele dizia não existir.
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O EXEMPLO ARGENTINO
Aos que perguntam por que compartilho tantas informações da Argentina, a resposta, por mais óbvia que pareça, é esta: porque a direita fez lá o que a extrema direita deve estar fazendo aqui.
O esquema de espionagem que Mauricio Macri criou para seguir Cristina Kirchner e líderes da oposição pode ter sido implantado agora aqui nos mesmos moldes, com aproveitamento de toda a estrutura de inteligência do governo.
É só por isso que as notícias da Argentina me interessam. E porque o desvendamento do esquema de espionagem é exemplo a ser observado com atenção, principalmente agora, com a descoberta dos esquemas de escutas ilegais da grampolândia da Lava-Jato.
A arapongagem, com o uso de organismos do próprio Estado, é uma marca da direita. A Justiça argentina já prendeu 22 espiões macristas.
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Com 10 padres com essa coragem, Bolsonaro seria derrubado. Veja no link abaixo: