Empurraram González para a aventura e o exílio

Edmundo González era, até março, um diplomata aposentado, sem grandes feitos na vida, quando o chamaram para a missão de substituir Maria Corina e enfrentar Nicolás Maduro na eleição.

Hoje, González é um velhinho com a voz fraca, que só fala o que estiver escrito num papel, exilado na Espanha. Poderia estar de pijama em Caracas.

Está fora de casa com toda a família desorientada e sem perspectiva de voltar ao seu país, porque entrou numa guerra que não era dele.
Uma filha do casal mora em Madri, o que facilitou a decisão de ir embora. A outra é casada e mora em Caracas.

Sim, podem dizer que González é mais um soldado da democracia que precisa buscar asilo no Exterior com a mulher, Mercedes.

Pode ser também que, no contexto do questionamento dos resultados das eleições, ele possa ser visto como golpista.

Logo no começo da exposição de suspeitas de que o resultado da eleição havia sido fraudado, González convocou os militares para que desafiassem o poder de Maduro.

Continuou levantando suspeitas, com apoio dos Estados Unidos e da direita internacional, e teve de fugir. Os jornais venezuelanos publicam declarações de companheiros de oposição que o acusam de covardia.

A situação é tão esdrúxula que ninguém sabe explicar por que Maria Corina continua no país, se ela é hoje a verdadeira líder do antichavismo. Maduro não se mete com Corina, que tem o controle da base social da oposição?

Foi ela, e não González, quem deu entrevista ao Fantástico. É ela quem mantém contatos com a direita brasileira e já tentou, sem sucesso, se aproximar de Lula.

O argumento é de que foi ele, a mando de Corina, quem desafiou Maduro. Eu confesso que tenho uma certa pena de González, apesar de achar que seu desejo secreto fosse esse mesmo, o de morar na Espanha ao lado da filha.

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