OS ALVOS AGORA SÃO OS EXAUSTOS COM AS EXPLICAÇÕES PARA A GUERRA

A turma que ‘explica’ a guerra, para que tenha algum sentido nas cabeças congeladas no século 20, agora ataca os que são chamados, em tom pejorativo, de pacifistas inconsequentes.

É, como se dizia antigamente (já que eles são assumidamente antigos), desonestidade intelectual. Atacam os que eles consideram ‘pacifistas moralistas’.

A desqualificação do pensamento antiguerra tem o mesmo calibre da munição que muita gente das esquerdas compartilha com a extrema direita. Eles se misturam para atacar.

Ser contra a guerra não é subestimar a reflexão sobre as verdades dos que guerreiam. É tentar sobrepor um pouco de sentimento a tudo que aparentemente tem explicação para o horror.

Estamos diante de uma guerra que divide as esquerdas e deixa sequelas. Porque os explicadores da guerra são pregadores irredutíveis.

Se a guerra existe, que seja aceita como é, porque sempre foi assim. É o que eles dizem.

Os explicadores usam até Gandhi para atacar quem diz que não quer saber de justificativas para essa guerra. Essa guerra é uma invasão cruel que mata populações civis.

Ah, dizem, mas os Estados Unidos sempre invadiram. E afirmam que ninguém liga para as guerras da África. E lembram que tem a Otan.

E citam os nazistas ucranianos. Mesmo que tenha nazista em número suficiente para acionar indignações aqui no Rio Grande do Sul.

Só que esses são mais perigosos, porque estão ao nosso lado. É melhor apontar o dedo só na direção dos nazistas que estão longe, porque eles são quase uma teoria.

O certo é que estamos todos enfarados de guerra e de explicações. Tentem deixar Gandhi e outras figuras e clichês fora dessa conversa. Poupem Gandhi.

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Morreu esta semana Israel Moura de Oliveira, militante gaúcho dos movimentos sociais, da democracia e das liberdades.

Quando soube da notícia que se espalhou pelo Face Book entre amigos de esquerda, e ao perceber o tamanho da comoção, fui ao seu perfil no Face Book para saber se o conhecia.

Encontrei a postagem que está reproduzida aqui, de 25 de fevereiro. Israel escreveu:

“Não importam os motivos da guerra, a paz é mais importante!”.

Está resumido aí, com pouco mais de meia dúzia de palavras, tudo o que escrevi em muitas linhas acima.

Não há mais nada postado depois desta data. Foi a última mensagem que ele deixou.

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A memória de Israel ficará em boa companhia. Boaventura de Sousa Santos, Renato Janine Ribeiro e Pepe Mujica também são pacifistas.