FACHIN DE NOVO

A homologação e a divulgação da delação de Antonio Palocci contra Lula, sem provas, a poucos dias da eleição de 2018, configuraram algumas das atitudes mais criminosas de Sergio Moro na Lava-Jato.

A 2ª Turma do Supremo decidiu hoje que a delação contra Lula não tem valor algum no processo que apura se foi propina a doação da Odebrecht do terreno para a construção do Instituto Lula (a doação da sede do instituto de Fernando Henrique pelas empreiteiras nunca esteve sob suspeita).

A delação agora anulada foi divulgada seis dias antes do primeiro turno da eleição de 2018, quando Moro já estava com a vida encaminhada como futuro ministro de Bolsonaro.

Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski disseram que Moro tentou criar um fato político e por isso a delação não vale nada.

Mendes observou que Palocci fez o acordo e Moro esperou três meses para só então homologar a delação e depois divulgá-la para os amigos da imprensa perto da eleição.

Impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa, Lula foi substituído por Haddad.

E quem discordou dos outros dois ministros na votação? Sim, ele mesmo, Edson Fachin. Carmen Lúcia e Celso de Mello não participaram da votação.

E o que vai acontecer com Sergio Moro? Está a caminho do fim como justiceiro no desfecho do processo da suspeição, que terá o voto decisivo do ministro Celso de Mello. Aguardemos.

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A NOTA DE DILMA ROUSSEFF SOBRE RODRIGO MAIA
Ontem no Roda Viva, Rodrigo Maia assegurou que a situação de Dilma Roussef, quando do processo de impeachment, era mais grave do que a de Bolsonaro hoje. E que por isso ele não aceitou até agora nenhum dos pedidos de abertura do processo de impedimento do sujeito.

Hoje, Dilma distribuiu a seguinte nota:

“Não surpreende as declarações do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) reiterando sua posição favorável ao meu impeachment e descartando a possibilidade de abrir um processo de afastamento de Jair Bolsonaro da Presidência da República. O deputado não tem compromisso com a democracia ou com o povo brasileiro. Seu compromisso é com a manutenção da atual política econômica, responsável pelo aumento da desigualdade social e com a agenda neoliberal nefasta imposta pelo ministro Paulo Guedes.

A manifestação do presidente da Câmara em favor da manutenção do atual governo, feita no programa ‘Roda Viva’, diz mais sobre a sua percepção da política brasileira do que sobre o desejo de defender a democracia. “No caso do presidente Bolsonaro, não tenho elementos para tomar uma decisão agora sobre esse assunto”, disse Rodrigo Maia. “Impeachment é uma coisa que devemos tomar muito cuidado, não pode ser instrumento para solução e crises. Tem que ter um embasamento para essa decisão e não encontro ainda nenhum embasamento legal”.

O presidente da República se atira contra as instituições democráticas, apoiando manifestações em defesa do fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Negligencia o combate à pandemia, segurando o repasse de recursos a governadores e prefeitos.

Nomeia um general intendente sem experiência na saúde pública para ocupar o Ministério da Saúde em meio à mais grave crise sanitária dos últimos 100 anos. Nada disso parece sensibilizar Rodrigo Maia e demonstra o caráter pusilânime de sua liderança.

O parlamentar diz não ter convicções para apoiar um processo de impeachment contra um genocida como Jair Bolsonaro, mas não se furtou a defender meu afastamento do governo, mesmo sem crime de responsabilidade, como determina a Constituição Federal. Certamente porque as supostas divergências políticas que diz ter com Bolsonaro são de pequena monta já que não o impedem de manter cargos na estrutura do atual governo. Ou ainda assegurem que sua conduta dócil não afronte aos interesses reais das tropas bolsonaristas. Rodrigo Maia dança conforme a música.

Sua visão utilitarista da política, que serve para a manutenção de privilégios e do status quo, tão ao gosto de conservadores como ele mesmo e os que o apoiam – as classes dominantes do país, incluindo seus braços político e empresarial –, é a mesma das oligarquias que governaram o país por mais de 500 anos.

Também é a negação da esperança, da Justiça Social e da luta por um país mais justo e solidário. E, nos dias atuais, da defesa e da garantia da vida. É o que, sem dúvida, permitiu a ascensão de Jair Bolsonaro e da extrema-direita em 2018. Os conservadores apoiam o bolsonarismo porque é o que garante aos ricos ficarem mais ricos, enquanto metade do país vive com menos da metade de um salário-mínimo.”

3 thoughts on “FACHIN DE NOVO

  1. É bem isso ai: “Os conservadores apoiam o bolsonarismo porque é o que garante aos ricos ficarem mais ricos, enquanto metade do país vive com menos da metade de um salário-mínimo.” E a grande mídia, e não somente a Globo, como já disse o jornalista, se comporta como a máfia: negocia sua sobrevivência, em como dos que a sustentam.

  2. Não tenho Visto, Na Grande Imprensa, repercussão sobre a anulação Da Delação do PALocci Em Processo Contra Lula. Se publicaram alguma coisa, foi em nota de rodapé.

    Será Que o resultado do JULGAMEnto Da Suspeição Do Moro, nas Mãos De Celso De Mello, vai Ter a Mesma “Cobertura?

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