Favoritas

A Favorita poderia ter ganho o Oscar, se tivessem falado comigo antes. Saí agora do cinema. Yorgos Lanthimos surpreende até com uma câmera grande angular, com seu olhar lateral que tudo espia. Parece arriscado, mas funciona.
Olivia Colman ganhou o Oscar de melhor atriz como a rainha Anne. Ela, Rachel Weisz e Emma Stone duelam no filme não só como personagens, mas como atrizes. O show é muito mais de Emma do que de Olivia. Quando estiver mais madura, Emma poderá ser do tamanho de uma Meryl Streep.
A Favorita tem no clima geral e em algumas cenas uma certa homenagem a Bergmann. É um filme sem frescuras e concessões ao grande público. É denso, às vezes é pesado, mas o que se conclui na saída é que é bom demais.
Um filme sobre a Inglaterra do século 18, baseado na vida da rainha Anne (como sempre com algumas invencionices, dizem os historiadores), tem muito da nossa situação atual.
Uma rainha quase imbecil, controlada por duas mulheres ambiciosas, um primeiro-ministro que chega ao poder talvez por suas virtudes como idiota, uma vida de coisas e conversas pueris, tudo distante da vida real.
Parece o Brasil dos amigos da turma do Rio das Pedras, sem a nobreza, a suntuosidade e sem Emma Stone. Joice Hasselmann, Sergio Moro e Damares Alves poderiam estar nesse filme.

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