GILMAR MENDES HUMILHA A IMPRENSA LAVAJATISTA

O jornalismo saiu lanhado da entrevista de Gilmar Mendes ao Roda Viva. Sobrou mais para a imprensa do que para Deltan Dallagnol e Sergio Moro.

Seis jornalistas levaram uma surra, do começo ao fim, pelo adesismo incondicional das corporações às ações da Lava-Jato.

Foram eles, os jornalistas, que entraram na roda, ao tentar pressionar Mendes como um traidor dos ideais do lajavatismo.

O entrevistado apresentou armas logo no começou e deixou os perguntadores em alerta:
“Muitos de vocês assumiram o lavajatismo militante. De alguma maneira vocês estavam criando falsos heróis”.

Silêncio total no estúdio. Sem saber o que dizer, foram salvos pelo pedido de intervalo de Daniela Lima.

Mais adiante, quando era empurrado de novo para as cordas, Mendes lembrou que Veja e Folha admitiram erros na cobertura da Lava-Jato e voltou a atacar:
“Vocês não podem ser uma banda auxiliar de um agrupamento”.

No mais, o Gilmar Mendes de sempre, sem surpresas, condenou as intermináveis prisões preventivas de Curitiba, disse que a Lava-Jato tinha “mais publicitários do que juristas”, classificou a relação Moro-Dallagnol como um “conúbio espúrio”, sugeriu vagamente que as mensagens divulgadas pelo Intercept poderão ser validadas para a anulação da condenação de Lula, admitiu que o Ministério Público está com excesso de poderes e tratou pelas bordas um assunto delicado: a proteção que deu a Flavio Bolsonaro, ao impedir que o MP do Rio use dados do Coaf contra o filho de Bolsonaro.

Num momento divertido, disse a Josias de Souza, do UOL, que o apertava, que ele deveria prestar atenção a uma decisão “do seu amigo Barroso”, referindo-se ao seu colega e desafeto no STF.

A entrevista só não foi um fracasso, pela repetição de argumentos conhecidos, porque Gilmar Mendes manteve os seis jornalistas em posição de defesa e humilhou a grande imprensa.

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