Faltava essa: um jabuti acabar com o chavismo

Ninguém, nem os venezuelanos, sabem direito quem é o candidato da oposição a Nicolas Maduro, que ameaça vencer a eleição de domingo. Eu pago um banquete no restaurante mais caro de Caracas ao brasileiro que souber quem é de fato Edmundo González Urrutia.

Sabe-se, porque está em todos os sites, que é um ex-diplomata. Sabe-se que nunca foi ativista político de destaque. E ficamos sabendo agora que é candidato da oposição, pela coligação Plataforma Unitária Democrática, desde abril. O sujeito está há dois meses em campanha e lidera algumas pesquisas, mesmo que nem todas sejam confiáveis.

Sabe-se ainda que ele estava em casa, de pijama, aos 74 anos, e foi chamado, depois dos muitos impasses para registrar uma candidatura que substituísse a ex-deputada Maria Corina Machado como nome capaz de derrotar Maduro.

Corina não pode concorrer por ser considerada inelegível pela Suprema Corte, por corrupção, formação de quadrilha e ocultação de patrimônio, quando foi deputada, entre 2011 e 2014.

Os venezuelanos sabem quem são os pilantras Juan Guaidó e Henrique Capriles, que despareceram da cena política, sabem bem que Corina seria o nome capaz de enfrentar Maduro, mas não sabem quase nada de González Urrutia. Que anda pra cima e para baixo ao lado de Corina. E que, se eleito, poderia ser manobrado por ela.

A política venezuelana vai produzir o seu Javier Milei, claro que sem as mesmas feições. Porque Urrutia é considerado um direitista moderado, que fala baixo, tem retórica limitada e não sabe direito como chegou onde está.

Mas González Urrutia é menos um Milei e mais um Romeu Zema da Venezuela. Um sujeito que, como o jabuti no poste, ali está mas não sabe como subiu e não sabe como descer.

Sim, dizem que sua candidatura foi planejada pelos americanos que tentam derrubar Maduro. Washington teria produzido um candidato em poucos meses. Um jabuti do Tio Sam, que pode acabar com três décadas de chavismo. Se fosse assim tão simples, tudo teria explicação.

E agora? Agora, é esperar o domingo que nos espera. A vitória de Maduro ou a consagração de um desconhecido e na sequência, o previsível: a Venezuela terá dias difíceis, com ou sem a vitória de Maduro.

Poderemos ter, a partir de segunda-feira, o que aconteceu na Bolívia, nos Estados Unidos e no Brasil: a contestação dos resultados, porque é a moda agora. O perdedor não aceita a derrota e levanta dúvidas sobre o processo eleitoral.

É um argumento que dificilmente será usado por Maduro, que tenta o terceiro mandato e tem outro argumento mais adequado a quem está no poder: se perder, a Venezuela poderá ter um banho de sangue. Foi o que já anunciou.

É complicado também para parte das esquerdas brasileiras, que apoiam Maduro de forma incondicional. Até quando ele reforça o discurso bolsonarista de que a eleição no Brasil não é confiável, porque os votos não seriam auditáveis. Teremos um domingo trepidante, com um detalhe: não há segundo turno na Venezuela.

3 thoughts on “Faltava essa: um jabuti acabar com o chavismo

  1. “A Venezuela terá dias difíceis” kkkkkkkkkkk A verve humorística do nosso prezado Moisés Mendes é muito boa. A Venezuela vive dias difíceis há 30 anos, desde que um populista de QUINTA CATEGORIA, o defunto Coronel Chaves, achando que o barril de petróleo iria se manter por muitas décadas em 150 dólares o barril, resolveu promover o “maravilhoso” socialismo do Século XXI, não só na Venezuela, mas em toda a América Latina. Resultado: o petróleo caiu para 50 dólares, o futuro é o carro elétrico, e a Venezuela quebrou. Nem pé de galinha e pescoço de frango o povo tem para comer. 8 MILHÕES de Venezuelanos deixaram o país neste período. E nem assim a pobreza, a miséria e a violência diminuíram. Os militares se tornaram RIQUÍSSIMOS NARCOTRAFICANTES, sob a batuta de DIOSDADO CABELLO, ex-colega de turma de Chavez na Academia Militar, e com mandado de prisão expedido pela Justiça dos Estados Unidos e da Itália. Ah…..faltou a cereja do bolo: a Venezuela é o país mais VIOLENTO do Planeta Terra em número de homicídios por 100.000 habitantes. Ou seja, o tal “BANHO DE SANGUE” já acontece há 30 anos.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Website Protected by Spam Master


5 + 2 =