Gullar
Passados alguns dias, também decido falar em voz alta o que muitos pensaram e disseram a respeito da morte de Ferreira Gullar.
O artista da literatura da resistência estava morto há muito tempo. Quem morreu agora foi o cronista que se dedicava a destruir o que o poeta progressista havia escrito.
Com sua prosa conservadora, Gullar reproduzia com pobreza estética o senso comum dos golpistas e fazia força para aniquilar seus próprios versos.
A imagem que ficou, ainda bem, parece não ter sido a do militante adorador de Aécio Neves e de outros tucanos, mas a do poeta que engajou sua arte à luta contra a tirania.
No meu entendimento morreu como um BABACA defensor de pontos de vista inimaginaveis para quem admirava seu posicionamento nos anos 80. E pior de tudo, negando suas origens nordestinas. Já foi tarde.