Huck não aguenta o tranco
Jair Bolsonaro já era. A Folha deu a primeira grande bordoada, ao mostrar que a família é dona de 13 imóveis avaliados em R$ 15 milhões, e acabou com a imagem de pureza que o sujeito vendeu para a classe média sem rumo.
Com os 8% de Luciano Huck no DataFolha, a aposta volta a ser o moço da Globo. Mas a Globo estaria disposta a enfrentar o massacre das redes sociais, a partir do momento em que Huck admitir que é candidato?
O que a Globo ganha com isso, se nunca precisou de preposto da própria empresa para desfrutar do poder?
A pergunta pode ser outra: Huck estaria mesmo preocupado com o que a Globo acha ou deixa de achar da sua candidatura, enquanto se joga à tentação de ser presidente?
Huck salta fora do caldeirão da Globo, candidata-se, a Globo larga um comunicado dizendo que não tem nada mais com o cara e que nem gostava mesmo dele, a direita lança a maior campanha de marketing de todos os tempos sobre o bom moço dos Jardins que vai salvar os pobres e está tudo dominado de novo.
Falta combinar com os russos? Huck tem apenas 25% de rejeição. Segundo o DataFolha, ficaria com 8% dos votos de Lula se o ex-presidente fosse impedido de concorrer. Tem a imagem associada ao altruísmo (mesmo que patrocinado). É um velho novo, tem bons dentes, é casado com Angelica e não recebe auxílio-moradia.
Mas tem aquela história da amizade com Aécio. E tem outras histórias ainda não bem contadas. Tem a sociedade com um mafioso, Alexandre Accioly, o grande laranja de Aécio. É amigo do Diogo Mainardi, o cara que ameaça há horas se transformar no homem-mosca. Tem aquelas fotos com o Aécio (que ele apagou de seus espaços nas redes sociais). Tem a destruição ambiental de Angra.
Celebridades fofas (assim como os jornalistas fofos) não gostam de desconfortos. E uma campanha será desconfortável demais para o casal. Eu acho que Huck não aguenta o tranco. Essa não será uma eleição para moços frágeis.