Insanidades

Os ‘analistas’ políticos da grande imprensa só enxergam o óbvio. Na sessão do Senado que consumou o golpe, em agosto de 2016, os analistas olhavam a paisagem e nenhum deles, nenhum mesmo, previu a mais espetacular manobra articulada por Renan Calheiros e Ricardo Lewandowski, a tática do fatiamento que evitou a cassação dos direitos políticos de Dilma Rousseff.

Os analistas se baseiam no que a Globo faz ou insinua, como fez nesta quarta-feira de novo com a repetição da entrevista de Cármen Lúcia contra o reexame da prisão de condenados em segunda instância.

Cármen Lúcia continuaria com o controle total da situação que levaria Lula à masmorra, depois de empurrar a decisão do habeas corpus preventivo para o colo dos colegas.

Tudo é possível nesta quinta-feria no Supremo que julga o recurso a favor de Lula. Mas, sendo favorável ou não, a Justiça brasileira nunca mais será a mesma depois desse julgamento.

Se, depois de impedir que Lula recorra em liberdade, o Supremo livrar a cara de tucanos e outros mafiosos da direita, a desqualificação do Judiciário terá chegado a outro patamar.

O julgamento do habeas de Lula não é o julgamento do processo que livrou a cara de Aécio. Os ministros sabem disso. É outra história, com repercussão política de consequências imprevisíveis.

A direita aguarda por uma manobra formalista do STF que provoque a rejeição da demanda de Lula, ou seja, não haveria nem a apreciação do pedido de habeas, o que seria mais um truque para se livrar do abacaxi sem tentar descascá-lo.

Hoje saberemos qual é o limite da insanidade da Justiça na sua Corte alta.

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