Já?

Fermenta o dilema que se apresenta antes da queda do jaburu-rei. Eleição direta, ou indireta mesmo, para que alguém de centro, reconhecidamente um democrata, faça a transição até a eleição de 2018?

A tese da eleição direta é a mais óbvia e majoritária no PT. Lula seria o favorito e como tal ficaria protegido politicamente contra as investidas de Sergio Moro já durante a campanha. Eleito, não poderia ser processado por acusações anteriores ao mandato.

Mas é preciso que a eleição aconteça antes da condenação em segunda instância, porque esta tornaria Lula inelegível. Como todos os processos de Curitiba andam a jato, tudo pode acontecer.

Só que a eleição direta é uma bandeira, uma utopia. Dependeria da votação de propostas já existentes, que mudam a Constituição, hoje algo politicamente impossível, e de um longo processo de deliberações no Congresso, até sua realização. E o Congresso é direitoso, não quer diretas.

O PT sonha com o improvável. Mas é preciso considerar que vivemos num país onde o imponderável está sempre à espera na esquina. O caso Joesley é o exemplo recente.

Os defensores da tese da eleição indireta de um mediador minimamente respeitado (quem?) dizem que seria bom livrar o PT e as esquerdas da bronca representada pela gestão da crise crônica, pela reacomodação das reformas inconclusas (que andariam pra frente ou pra trás?), pelo desencanto geral.

Um presidente provisório, mas com reputação para ser bem acolhido, poderia restabelecer confianças, quem sabe até iniciar a recuperação da economia e conduzir o país até a eleição do ano que vem.

Um presidente interino, eleito por esse Congresso de pilantras, pode até ser rejeitado no começo, mas poderia também, quem sabe, aos poucos conquistar os brasileiros. É o que dizem os indiretistas.

Mas e se o provisório e sua turma gostarem, rearticularem a direita e os golpistas conseguirem apresentar um candidato viável durante o governo provisório? Ou até ficar no governo, sem eleição?

A eleição indireta, pelo cenário atual, é o que se encaminha para acontecer, se não pensarem em mais um golpe. Mas ainda não dá pra captar os sentimentos das demais esquerdas de fora do PT.

O que sabemos é que o PT está dividido (mesmo que os contrários às diretas estejam mais quietos) e que Henrique Meirelles é o candidato da direita que mais saliva quando fala na TV.

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