O laçador e o homem do Jaburu

Muitos da minha geração, na infância e na adolescência, queriam chutar uma bola com a categoria do Pedrinho (o barulho que ele fazia era diferente), o 10 do Guarani do Alegrete. Outros queriam ser parecidos com o Darcy Fagundes, ou o Mario Quintana, ou o Oswaldo Aranha, para poder discursar na ONU.
Eu queria laçar como o Juvenal, capataz do meu tio Pedro na Fazenda Santa Teresa. Ninguém laçava como o Juvenal no Caverá. De cada 10 tentativas de pealo, ele acertava nove.
Quando eu estava tentando chegar perto do Juvenal no tiro de laço, ainda guri, desloquei o ombro direito.
Já na adolescência, tentei ser um Pedrinho, mas a asma de um inverno ventoso me tirou definitivamente do futebol. Eu estava quase perto de ser um Pedrinho.
Falo disso, no 20 de Setembro, porque o que eu queria mesmo era ser laçador. Uma asma ou um ombro fora do lugar podem acabar com um talento.
Não tenho provas, mas tenho certeza e testemunhas de que teria sido um grande laçador.
É o destino. Poucos conseguem ser um Juvenal, um Pedrinho ou um Oswaldo Aranha. Agora há pouco, o chefe do Palácio do Jaburu discursou na ONU.

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