LER É PRECISO?

Stephen Hawking era um frasista, o que levou muita gente a citá-lo hoje, sem ter lido um livro dele. Eu inclusive. Eu li e vi entrevistas, li artigos e muitas reportagens sobre o cientista. Mas nunca li um livro dele.

E o que aconteceu hoje? Pessoas que se comoveram com a sua morte, mas nunca leram seus livros, levaram um pau de quem leu ou diz que leu.

Misturaram o cinismo do jaburu, que lamentou a morte de Hawking (enquanto destrói educação, pesquisa e ciência no Brasil), com a manifestação sincera de quem vê o físico nem tanto como cientista, mas como humanista. O que já é muito.

Preciso ter lido um livro dele sobre as lonjuras do universo para tê-lo como referência? Tenho certeza de que não preciso.

Como não se lê o que importa, mas se lê muita bobagem, esses dias li ao acaso aqui na internet a lista dos 10 livros que mudaram a vida de Leandro Karnal. Descobri que eu li quatro.

Mas nunca pensei que aqueles quatro livros podem ter mudado minha vida, ou talvez não tenham mudado porque me faltaram os outros seis. Por isso talvez Karnal possa jantar com Sergio Moro e eu não. Ele leu os 10 livros que mudaram sua vida.

O debate sobre ler ou não ler me lembrou uma entrevista do francês Pierre Bayard à revista Superinteressante. Pensei que nunca mais a encontraria aqui, mas o Google me levou ao texto, que compartilho abaixo. Bayard teve uma sacada fantástica sobre leituras.

Claro que ler é melhor do que não ler, mas nem sempre. Tentem ler a entrevista. Mas eu já esclareço que só li isso do francês. Podem dizer que, por não ter lido os livros dele, eu não sei nada. Peço desculpas.

Aqui está a entrevista:

Ler não é tão importante

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Website Protected by Spam Master


8 + 9 =