Marçal faz lacrações até em latim

É uma guerra perdida. O cara que o prefeito Ricardo Nunes diz ser tchutchuca do PCC deitou, rolou e se divertiu no Roda Viva com lacrações que tiraram sarro até do PCC.

Sempre olhando para a câmera, o sujeito saiu vitorioso de novo, apesar da boa performance da bancada de jornalistas.

Não há saída. Agora, hoje, no curto prazo, não há. O fascismo matou o debate de ideias, porque a aposta é na idiotia.

Pablo Marçal negou que seja coach, apresentou-se como jurista (“com cinco anos de academia”) e educador e falou até em latim.

Disse, logo no começo: “Pacta sunt servanda”. E esclareceu que a frase significa que os pactos devem ser cumpridos. O PCC entendeu o recado?

Não é de duvidar que Marçal tenha feito um pacto com seus assessores de que iria lacrar em latim na entrevista.

Foi sincero sobre seu jeito de fazer política: “Eu estou jogando, é um jogo”. Disse que é um cristão que só teme Deus. E avisou, quando passou a ser cobrado porque não respondia nada: “Vocês vão ter que aguentar os cortes”.

A mediadora Vera Magalhães, tão preocupada em observar na entrevista de Guilherme Boulos que o candidato do Psol havia mudado o estilo de se vestir, não quis comentar o guarda-roupa de Marçal.

O ex-coah apareceu combinando boné, blazer, jeans e sapatinho sem meia. Mas não chegou a falar francês. Começou nervoso, mas logo se soltou.

Marçal foi para lacrar o tempo todo, sem se preocupar com o contexto das falas. O contexto não vale nada. O que vale é a frase de seis segundos tirada do meio do que deveria ser uma resposta de alguns minutos de palavras vazias.

Não há saída porque a idiotia é mais do que o estado geral do idiota que não quer saber o que não sabe. A idiotia é um estado de espírito aperfeiçoado pela extrema direita.

(Essa foi a bancada de entrevistadores, que teve uma boa performance, mas o que eles jogam, com perguntas em busca de respostas, não é o mesmo jogo de Marçal: Amanda Audi, repórter da Agência Pública; Bruno Ribeiro, repórter de política do portal Metrópoles; Malu Gaspar, editora e colunista de O Globo; Pedro Borges, diretor de redação do site Alma Preta; e Pedro Canário, repórter do UOL.)

2 thoughts on “Marçal faz lacrações até em latim

  1. “Boa performance” da bancada de jornalistas ? kkkkkkkkkkkkkkkk Mas nem o mais arraigado corporativismo pode justificar uma PIADA como essa, Moisés. A tal de Amanda Audi e o tal de Bruno Ribeiro GAGUEJAVAm mais que o José Luiz Dapena. Um nervosismo angustiante, A ponto da dita cuja ter soltado um “CIDADÕES” ali, que me doeu os ouvidos, o cérebro e a alma. E ainda foi corrigida ao vivo, em rede nacional, pelo entrevistado. Deu até pena da coitada. Foi uma cena constrangedora. Agora, impagável mesmo foi a cara da Vera Magalhães nos dois últimos blocos. Cara de quem chupou uma dúzia de limões galegos, com casca e tudo. O Marçal é mesmo um FENÔMENO ! Velocidade de raciocínio impressionante. Nada o intimida, nada o constrangE. Desafiá-lo num debate ou entrevista é pedir para ser HUMILHADO em público. O cara farinhou, fritou, jantou e palitou a bancada inteira. E continua fazendo propaganda de graça para a TRAMONTINA.

  2. Entendo que existam criticas, no entanto lamento que sejam mais emotivas do que técnicas, já que o jornalismo hoje distorce as noticias e manipula a verdade, então nada mais do que justo alguém para brincar com isso e mostrar na cara deles o quanto o jogo é sujo. Vi que minimizou o fato da reporter falar “cidadoes”, no entanto imagina o que fariam se fosse o Marçal que falasse isso ou o Bolsonaro? Duvido que dariam o mesmo perdão que exigem.

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