Marina poupada

Fiquei até agora vendo a entrevista de Marina Silva a Roberto d’Avila, na GloboNews (não sei se é reprise), para ouvir frases como “é preciso passar o país a limpo” e “ninguém está acima da lei”.
Nenhuma pergunta, uma só que fosse, sobre questões essenciais, que estão acima dos temas meramente políticos, como as sempre controversas questões de gênero, relações homoafetivas e respeito à singularidade de cada um.
Parece que os jornalistas brasileiros perderam a capacidade de perguntar (e não de interrogar, mas de perguntar mesmo), para não incomodar seus entrevistados com assuntos delicados.
E essas questões são sempre delicadas para a titubeante e enrolante Marina, que parece ter perdido vigor na defesa de ideias resumidas em frases do senso comum.

One thought on “Marina poupada

  1. Teus colegas não fazem entrevistas, Moisés. Fazem alegres convescotes. O Brasil é um país de cordiais, inclusive quando ser cordial significa mesmo deixar de fazer seu trabalho. Nunca vi, por exemplo, um jornalista perguntar pra Dilma porque ela ficou irada só depois que a depuseram. Assim como nunca vi um colega teu perguntar pro Onyx Lonrenzone (não sei se é assim que escreve) se ele se sentia confortável em defender “o fim da corrupção” recebendo caixa dois. Nunca vi um colega teu perguntar pro Sartori o que ele pretende, afinal? Eles só são um pouco mais objetivos, e ainda assim cheios de dedos porque no Brasil ser jornalista virou sinônimo de ser compadre, quando estão entrevistando inimigos da casa. Nunca vi alguém perguntar diretamente pro Moro se ele não achava que as provas do processo do Lula eram muito frágeis pra embasar a condenação de qualquer cidadão brasileiro, que dirá de um ex-presidente. Nem vou ver, pelo menos nessa geração de Rosanes Oliveiras, Carolinas Bahias, Leilanes Neubarths, Loprettes, entre outros e outras.

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