Merecemos

Por resignação, alheamento, omissão e discursos inconsequentes, não são poucos os que merecem (inclusive eu) este Judiciário que irá julgar Lula, o Quadrilhão que nos governa, a filha de Roberto Jefferson gerindo a destruição do trabalho, Gilmar Mendes determinando como deve ser o novo golpe do semipresidencialismo, a sobrevivência de Aécio Neves e a ressurreição do MDB como farsa.

Nós merecemos ler e ouvir os repentinos e surpreendentes entendidos em Irã nos explicando o que leva o povo deles a desafiar o poder dos aiatolás, enquanto aqui ninguém desafia nada. Merecemos ser tratados como imbecis pelo jornalismo fofo que sustenta o golpe.

Nós merecemos a inércia que nos afundou no mais tenebroso período de acovardamento, mais até do que na ditadura, quando havia o terror imposto pelos generais e pelos torturadores a mando deles.

Merecemos que o Jornal Nacional diga todas as noites que a economia está reagindo, que um economista da FGV tente nos convencer de que 2018 será maravilhoso, que inflação está sob controle e que a miséria é apenas uma ilusão das esquerdas.

Nós merecemos muito mais. E só deixaremos de merecer se, no dia 24, quando do julgamento de Lula pelo Tribunal Regional Federal em Porto Alegre, o Brasil reagir aos que decidiram nos imbecilizar.

Se não conseguirmos nem fazer um protesto contra o Judiciário seletivo, se a eventual condenação apressada de Lula for considerada normal, se prevalecer a conversa de que a Justiça é para todos (desde que livre os tucanos), aí então mereceremos todas as vergonhas possíveis.

Mereceremos até que Roberto Jefferson seja o próximo ministro da Justiça.

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