A IMAGEM DA LIBERDADE
Esta é a grande imagem da performance de domingo contra os golpistas, diante da Igreja Nossa Senhora das Dores, no centro histórico de Porto Alegre.
É o fato do mês, já é um dos fatos do ano e será lembrado como um dos acontecimentos históricos que contribuíram para a derrocada da extrema direita.
Esta já é a foto da resistência em tempo de pandemia. Foi feita pelo Jefferson Botega, de Zero Hora, um bravo do jornalismo.
Pode parecer esdrúxulo, mas a direita defende que a atriz que enfrentou os golpistas seja enquadrada por atentado ao pudor. Porque estava nua, apenas enrolada na bandeira.
Faziam assim na ditadura. Pagarão o mesmo mico meio século depois. Um país sequestrado pelo bolsonarismo macabro estaria mesmo preocupado com o atentado ao pudor de uma atriz sem roupa?
É preciso que os democratas fiquem sabendo. Um país apodrecido por uma classe média amoral e sem escrúpulos pode punir uma mulher que foi lá e enfrentou fascistas e nazistas, num país acovardado e alienado?
Em meio a tanta conversa sobre as saídas ditas racionais para enfrentar Bolsonaro, a atriz saiu nua de casa, com a sua arte e o seu corpo enrolados numa bandeira, e desafiou a turba que se protegia à sombra do QG do Exército.
Foi com a emoção, que é o que falta às esquerdas. Enquanto estamos aqui, com a bunda acomodada no nosso mundo virtual, ela teve o destemor de encarar os golpistas e dizer que a bandeira não é deles.
Um delegado pode enquadrar e indiciar a atriz. Vai dizer que está na lei. Um promotor poderá denunciá-la. E um juiz pode condenar a moça que enfrentou a matilha bolsonarista.
Tudo é possível. Mas ninguém tentou interferir na manifestação que agride a Constituição. Nenhuma autoridade aparece numa hora dessas. As autoridades pensam muito.
Por isso os golpistas ficam impunes e uma mulher poderosa pode ser processada por atentar contra o pudor de bolsonaristas.
Se enquadrarem a atriz por atentado, será a hora da resposta dos jovens. Saiam pelados. Pelem-se. Fiquem completamente nus, como fizeram quando da censura à Queermuseu. Afrontem nas ruas a doença do bolsonarismo.
Marquem seus espaços na História. Esfreguem arte, seios, bundas, coxas e o que for possível esfregar no falso moralismo dos fascistas.
(Decidi não repetir o já tão repetido nome da atriz. Que os democratas e as instituições a protejam e que as esquerdas, tão desacostumadas da ação política mais atrevida, sejam pelo menos solidárias.)
“da censura à Queermuseu.”
para quem me censurou no próprio perfil não deixa de ser irônico.
textinho canalha hein camarada? defendendo a criminosa? mas para quem defendeu o triplex condenado em duas instãncias não deixa de ser surpresa.
a hipocrisia da esquerda é grande. se eu estivesse lá no domingo teria convidado essa “atriz” para sair. seria considerado o que pela esquerda nazi-fascista que você representa?