Nenhum conhecido

Os vícios do jornalismo me levam a olhar com cuidado as fotos dos bolsonaristas no Parcão, o reduto da extrema direita rica e bacana de Porto Alegre (mas onde aparecem também muitos pobres que se acham parte da turma).
Tento identificar um conhecido, um vizinho ou até um parente, alguém que eu possa pelo menos ter visto antes em espaços públicos ou privados.
Nunca identifico ninguém entre aqueles tiozinhos com o mesmo perfil, a mesma cara bolsonarista, como se tivessem saído da mesma forma.
Hoje olhei de novo nas redes sociais algumas fotos dos protestos contra Congresso e Supremo. Me constrange a possibilidade de encontrar um conhecido, mas não reconheço ninguém.
Só vejo estranhos. É uma constatação que me conforta e me aquieta um pouco.

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