Ninguém beija a mão de Bolsonaro impunemente

É torta a premissa segundo a qual Bolsonaro discursou na Hebraica do Rio em nome da liberdade de pensamento. Tudo o que Bolsonaro faz é conspirar contra a liberdade de pensamento.

Bolsonaro é a maior aberração entre todos os políticos que refugam publicamente todas as liberdades. E não porque seja o mais reacionário, nem o mais esperto. Talvez até exista reacionário ainda mais radical do que ele, mas sem a mesma tribuna, a mesma desenvoltura e a mesma impunidade.

Bolsonaro é a maior aberração porque não oferece nenhuma contribuição nem mesmo ao reacionarismo. Bolsonaro é a negação do pensamento.

Judeus e descendentes de judeus que o receberam no Rio sabiam que não ouviriam nada que prestasse. Mas estavam ali para fomentar uma ideia: a de que Bolsonaro é uma alternativa da direita ao impasse da democracia desde o golpe de agosto.

Bolsonaro não foi a um debate na Hebraica. Foi a um evento em que seria aclamado como mito pela maioria das 300 pessoas que estavam ali.

Há quem estranhe que judeus exaltem um fascista com todos os componentes de um nazista do século 21. Outros não veem nada demais, porque os judeus convivem com o paradoxo de que foram perseguidos e massacrados e agora têm um Estado que também persegue e massacra.

O debate é longo, se passar por essas questões. Mas não há debate sobre o resto, sobre o fato de que Bolsonaro não é uma opção política, mas uma excrescência que a própria democracia, tão boazinha, permite que exista.

Os judeus deveriam ter fugido, e não atraído Bolsonaro para o seu reduto. Deveriam ter feito o que Sergio Moro fez quando escapou dele no aeroporto de Brasília.

A imagem dos judeus cariocas ficou mal nessa história. E não venham dizer que judeus, por tudo o que passaram, têm foro especial e devem ser imunes a críticas.

Ninguém beija impunemente a mão de um sujeito que abomina mulheres, negros, índios, gays e possivelmente até os que foram aplaudi-lo.

13 thoughts on “Ninguém beija a mão de Bolsonaro impunemente

  1. Não consigo publicar em letras minúsculas aqui, o site está passando automaticamente para caixa alta.
    Bolsonaro e filhotes são cariocas. Os judeus que são seus eleitores levaram-no para palestrar lá. Acho que é isso.

  2. O POVO JUDEU PAGA COM O PRÓPRIO SANGUE A POUCA SEGURANÇA QUE GARANTE SUA SOBREVIVÊNCIA. AO CONTRÁRIO DO QUE SUGERE O TEXTO, OUVIR O QUE TODOS TEM A DIZER NÃO SIGNIFICA concordar com O QUE TODOS DIZEM, TAMPOUCO SIGNIFICA APOIAR AO FAsCiSMO. tRATA-SE APENAS DE SINÔNIMO DE PRUDÊNCIA, respeito E SABEDORIA á LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
    Lamentavelmente, assistimos ao brasil dominado por um Estado corrupto e mentiroso, cujos aliados são incapazes de ouvir ou respeitar pensamentos divergentes. Temerosos diante da verdade, COVARDEMENTE criticam aos que ouvem com respeito QUAISQUER BRASILEIROS.

    1. Nada disso, Mônica. Devemos ser tolerantes com todos os tipos de opinião, menos com as opiniões que propagam… A intolerância! É um princípio básico. Não vale alegar tolerância com quem propaga intolerância. A Hebraica errou e pronto. E fica mais emblemático, sim, tratando-se de uma comunidade judaica, embora, claro, devamos reconhecer que ninguém é imune ao erro só porque um dia foi alvo desse erro.
      A questão me parece que ficou clara na fala de uma das pessoas que estavam presentes… Ela falou algo como “devíamos ter aprendido alguma coisa. Hitler ascendeu assim na Alemanha”.

  3. não há como ser tolerante com “todos os tipos de opinião” se se exclui algum tipo de opinião desse “todos”. moisés mendes manifesta sua opinião, que na minha opinião é intolerante e incitadora de intolerância. Nem por isso deixo de lê-la. leio e manifesto meu repúdio. calá-lo seria intolerância à liberdade de expressão. Da mesma forma com relação a bolsonaro ou qualquer outro. já chega nosso sistema educacional que incoerentemente prega ideologias marxistas como defensoras dos direitos das crianças, quando o próprio marx declarou que crianças devem trabalhar desde os 6 anos de idade, concomitantemente com a escola. e quem divulga isso?

    1. Sou filho de judeus fugitivos da legislação antissemita de mussolini e me ofendi com suas palavras.

      Felixmente boa parte dos judeus não pensa como a senhora, que pisoteia o sentimento de todos os perseguidos e humilhados.

      Este pronunciamento é muito mais representativo do sentimento judaico do que o seu: http://www.bnai-brith.org.br/irresponsabilidade-de-alguns-nota-de-repudio/ .

      tolerância zero com fascistas, racistas e defensores de torturadores!

      1. Roberto Vital Anau disse:
        abril 9, 2017 às 6:27 pm
        Sou filho de judeus fugitivos da legislação antissemita de Mussolini e me ofendi com suas palavras.

        Felizmente boa parte dos judeus não pensa como a senhora, que pisoteia o sentimento de todos os perseguidos e humilhados.

        Este pronunciamento é muito mais representativo do sentimento judaico do que o seu: http://www.bnai-brith.org.br/irresponsabilidade-de-alguns-nota-de-repudio/ .

        tolerância zero com fascistas, racistas e defensores de torturadores!

  4. tolerante dona mônica seria ouvi-lo por obrigação ou polidez (apesar de ele não ser tolerante e nem polido nunca!) . mas convidá-lo a ir palestrar na hebraica e ainda aplaudi-lo quando, justamente manifesta ódio étnico é tripudiar e pisotear em cima do cadáver de 6 milhões de judeus e mais 12 milhões de GÓIS dentro dos campos de concentração da alemanha nazista. É ser tão nazista quanto os algozes de seus antepassados e não tem desculpa e nem perdão!

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