Ninguém segura esses dois

mendes

Chegará o dia em que teremos a exata compreensão das atitudes de Gilmar Mendes e de Sergio Moro, ou o sentido de História e de memória esvaiu-se no Brasil até mesmo para o Judiciário depois do fracasso da Comissão da Verdade e da consequente ressurreição da direita?

A nova controvérsia de Mendes agora é a retomada da defesa categórica de três tucanos graúdos (José Serra, Pedro Malan e Pedro Parente), reús em processo por improbidade administrativa.

O Ministério Público questiona o socorro do governo Fernando Henrique aos bancos Bamerindus e Econômico, que torrou bilhões (ninguém sabe ao certo quanto seria hoje) para salvar, diziam no governo, o sistema financeiro, quando os bancos quebraram. Imagine se fosse no governo Lula.

O MP acha que FH e seus ministros agiram criminosamente para salvar os banqueiros. Mas Mendes mandou, em 2001, logo depois de assumir como ministro do Supremo, que o processo fosse engavetado.

Em março deste ano, o MP recorreu e o Supremo determinou: que se reabra o processo e que os três voltem a responder pelo crime de improbidade. Vai dar o quê? Talvez não dê nada, porque a imprensa não fala disso.

Serra virou senador, Parente é o alegre presidente da Petrobras que anuncia queda de preço da gasolina (que acaba não acontecendo), e Malan é presidente do conselho consultivo internacional do Itaú.

Esta semana, no Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes defendeu os três, “como gente do melhor quilate”, e acusou juízes e integrantes do Ministério Público de abuso de poder na condução de casos de improbidade.

Mendes disse ainda que juízes e promotores ameaçam parlamentares com a Lei da Ficha Limpa, que ele já definiu como coisa de bêbado.

Ontem, a Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas), que representa 40 mil juízes e membros do MP, contra-atacou Gilmar Mendes com uma nota em que lamenta as declarações do ministro e diz que ele “está sujeito ao regime jurídico da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman), a despeito de sua posição superior”.

E o Brasil pergunta: será?

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