Nosso banco?
“O que faz um banco ser grande é a gente (o banco, no caso) falar a sua língua. É fazer aquilo que só um banco que é nosso pode fazer. E que por isso investe os recursos aqui no Sul. Porque é nosso.”
Essa lenga-lenga bairrista é de uma propaganda que vi na TV e no Youtube. Mostra ainda agricultores, maçãs, vinhos e a torcida Gre-Nal.
Tudo para dar ideia de vínculo com os gaúchos, com a terra, com as demandas e os sonhos do Estado.
Sabe de quem se trata? Do Banrisul, o banco dos gaúchos, segundo esse marketing gauchesco. Mas que conversa é esta de nosso banco, se todo mundo sabe que estão preparando o banco para venda?
Muitas empresas fazem marketing com esse bairrismo tosco dos gaúchos. Porque dá certo. A primeira é a RBS. Mas sempre foi assim. Quando a Varig tava falindo diziam que era uma empresa “nossa”, que não deveria falir. A quem me falava isso eu sempre pedia pra apresentar meu pacote de ações da empresa. Era uma empresa que cresceu por causa da Ditadura Militar, fazendo uso das práticas mais condenáveis, sendo privilegiada por puxar o saco dos generais. Mas era “a nossa Varig”. Lamentavelmente, funciona. Não fosse esse orgulho idiota, oco, de coisas que às vezes nem estão ligadas à cultura do estado (que acho legítima e da qual usufruo, é óbvio), talvez o RS fosse maior do que é hoje.