O candidato desistente

Não é de um Onix que sai um Trump. Mas a direita brasileira pretendeu um dia se viabilizar com os apelos das direitas europeia e americana.
O mundo real da democracia é mais complicado. Um exemplo paroquial. O candidato da extrema direita à prefeitura de Porto Alegre caiu fora. O que podemos perder? Não teremos um tubo de spray de gás de pimenta para todas as mulheres de bem.
Abandonou a disputa porque não conseguiria levar seu discurso a outros pequenos partidos, mesmo da direita, e porque este ano ninguém terá dinheiro fácil. E o candidato da extrema direita teria, no máximo, 3% do eleitorado. Seria um fiasco.
Nesses casos, a eleição municipal é para marcar posição, ganhar vitrine e se cacifar para a disputa a deputado.
Mas o dinheiro da direita sai do bolso dos empresários. E esse é o segmento que não pretende se expor a riscos. O dinheiro pingado, da pessoa física, que financia as esquerdas, não existe para a direita.
A direita pessoa física, esta que veste a camiseta da Seleção, é egoísta até com os seus representantes.
Então, ao contrário do que ocorreu na Europa, onde a direita acabou por determinar até boa parte do êxito da retirada do Reino Unido da União Europeia, aqui a direita vai passar trabalho.
A direita brasileira tem menos estrutura, talentos e ideias para que vingue como na Europa e nos Estados Unidos. Aqui, pobre não vota mais na direita.
A direita nacional é medíocre demais para capitalizar até mesmo o bom momento da direita mundial. Tanto que uma manifestação pró-Bolsonaro no Rio, no domingo, tinha 300 pessoas.
E a direita porto-alegrense, que adora mais o Bolsonaro do que seu ex-candidato a prefeito, não pode ter a pretensão de querer ganhar uma eleição só com os votos dos eleitores do Parcão. Tem que juntar mais gente.

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