O cansaço com o inquérito sem fim

Foi divulgada na semana passada uma das tantas pesquisas inúteis, mas essa tem pelo menos uma utilidade. A única utilidade é a de trazer de novo para a pauta da imprensa alternativa um assunto esquecido, porque não importa a ninguém da direita, aos jornalões e muito menos ao golpismo.

É uma pesquisa sobre o inquérito das fake news, que completou agora, em março, seis anos. Foi aberto logo depois da posse de Bolsonaro, para investigar a estrutura de produção e disseminação de mentiras e as aglomerações do que chamavam de atos antidemocráticos.

Os atos foram esquecidos, porque envolviam principalmente a turma de Sara Winter. Mas os danos da estrutura do gabinete do ódio, ou das milícias digitais, estão aí até hoje.

O que diz a pesquisa sobre o inquérito, feita pela Ranking dos Políticos com 137 parlamentares, sendo 111 deputados federais e 26 senadores? Diz o seguinte sobre as investigações que Alexandre de Moraes prorrogou por mais seis meses em dezembro: 26,1% dos deputados e 38,5% dos senadores ainda acreditam que o inquérito tem objetivos a cumprir.

Para 32,4% dos deputados, o inquérito já cumpriu seus objetivos. E para 41,4% deles o inquérito é ilegal desde a origem. Apenas 26,1% responderam que o inquérito ainda tem objetivos a cumprir.

No Senado, os dados se invertem, pois apenas 15,4% dos senadores acham que o inquérito já cumpriu os seus objetivos e 38,5% pensam o contrário. Não há informações sobre o que acha o restante, que é a grande maioria.

Isso quer dizer o quê? Nada. Quer dizer apenas que, se o pesquisado é da direita que ataca o inquérito, a investigação deve acabar. Se for da esquerda ou pelo menos democrata e republicano, deve continuar.

Só isso. A pesquisa serve para que se fale dessa pauta, como estou fazendo agora. Não serve para mais nada como percepção média dos parlamentares.

A pergunta que fica e que importa é essa: o que Moraes fará com esse inquérito, que tem dentro quase todo o golpismo e começa com figuras célebres do bolsonarismo, como o véio da Havan, que um ano depois chegou a sofrer busca e apreensão.

Moraes vai conseguir chegar nesses caras, sabendo-se, por exemplo que o véio da Havan não cedeu (e ninguém cede) as senhas de dois celulares apreendidos, um nesse inquérito e outro no inquérito dos oito tios do zap? Já se sabe que a Polícia Federal não consegue abrir os celulares do sujeito.

Então, para que o assunto não morra, vamos continuar perguntando: todos os investigados durante todo esse tempo vão escapar por falta de provas?

O véio, que Moraes disse ser um fantasiado de periquito verde, vai escapar de novo? Há como concluir o inquérito em meio à abertura dos processos dos golpistas, que só começou? O inquérito das fake news, se pegar só lambari, será a primeira derrota de Moraes?

3 thoughts on “O cansaço com o inquérito sem fim

  1. O mais importante, hoje, é que a Dona Carmen faz discursos belíssimos sobre a democracia que quase sempre nos levam às lágrimas. Se vai dar em algo ou não, nós sabemos que… não vai dar em nada.

    Até porque, o PSOL e o PT estão tentando trocar com o Hugo Motta uma anistiazinha pelo mandato do Glauber Braga. O Hugo dá um Glauber e a esquerda vota para tirar o Bolsonaro da cadeia.

    Como o Glauber é do baixo clero e irrelevante, para a direita a troca é muito boa! Apesar do Glauber ser chatinho, eu gosto dele, então estou achando a troca boa.

    O problema é que com aquela arrogância do Lula chamando a mulher do FMI de “mulherzinha”, o Bolsonaro é capaz de voltar. O Lula não tem freios, agora que casou com um “muiérão”.

    Mesmo com excelente trabalho do Trump na economia mundial, ajudando bsstante o Lula com taxas amigas, ele não consegue parar de mandar tempestade para a própria cabeça.

    Vou perguntar no ChatGPT se o Glauber é chatinho, vamos ver o que ele responde.

  2. Ontem eu passei na banca para comprar a FÔIA (quem gosta de ler notícias e livros é burro e pronuncia “FÔIA”, quem não gosta de ler é inteligente e desenvolve bem a linguagem, pronunciando corretamente o nome do jornal), enfim, ontem eu não tive tempo, mas dei uma lida hoje numa matéria muito interessante.

    Os magistrados do STF usaram 110 voos da FAB para uso privado, como dar aulas, visitar os amigos e ir com a família em casamentos.

    Nessa parte eu dei bastante risada: a maioria dos voos levavam apenas uma pessoa!

    Bom, todo esse gasto compensa para o país, pois os discursos emocionantes da Dona Carmen Lúcia sobre a democracia nos fazem ir às lágrimas todos os dias, como diz o Moisés!

    Nosso Supremo não pode ser “apequenado” por voos comerciais.

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