O CARNICEIRO E A GM

Lembro muito bem de uma entrevista de Carlos Ghosn às páginas amarelas da Veja, quando o goiano assumiu o comando da Renault, em 2005. O agora sonegador e ladrão que roubava da própria empresa, em suas atividades estendidas à Nissan, é um gângster preso no Japão.
Ghosn brilhava em Davos nos bons tempos do marketing do capitalismo de rapina, quando um Bolsonaro não chegaria perto nem da portaria do Fórum.
Funcionários da GM devem pensar nesse tipo de gente, quando enfrentam os 45 bodes que a montadora pôs na sala, na linha de montagem, nos caminhos para Gravataí. A GM quer aterrorizar seus funcionários.
É o modelo Ghosn, apresentado como exemplo de gestor de fábricas de automóveis. Ele dizia com empáfia que não havia como recuperar uma empresa sem demitir muita gente. Não alguns, mas milhares.
E assim fez. Ficou conhecido como Le cost killer, o assassino de custos. Cortar custos era mandar gente embora. Ganhou fama como degolador.
É dos mais odiados executivos de todo o mundo pela capacidade de ser cruel e insensível. Cortar, cortar, cortar. Assim ele mandava gente embora e garantia lucros imediatos aos acionistas, sem buscar outras alternativas. Degolar era o mais fácil.
Agora, dizem que está doente na prisão, com febre e perda de peso. É uma das figuras mais nojentas do capitalismo mundial. Mas até bem pouco era um brasileiro bem-sucedido no mundo das corporações gigantes.
Roubava dos governos, pela sonegação, e roubava da própria empresa que o empregava. A cadeia vai fazer bem para o carniceiro de empregos. Alguns gestores públicos agem e outros ameaçam agir como ele.
Os funcionários da GM de Gravataí estão sendo confrontados com o modelo de assassinar custos, que significa sacrificar pessoas, que consagrou Carlos Ghosn.

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