O choro dos vaiadores

A vaia é uma instituição mundial do desprovido contra o provido de muita coisa, que pode ser poder, fama, talento, dinheiro, vaidade ou tudo junto. Vaiavam até Pelé. Vaiaram Lula, muito vaiaram Dilma.
Jesus Cristo foi vaiado. O brasileiro chegava a vaiar até minuto de silêncio em estádio de futebol, segundo Nelson Rodrigues.
Vaiavam Pavarotti, vaiaram o Balé Bolshoi. Instituições e figuras públicas estão expostas aos humores do mundo. Pode ser desrespeitoso? Às vezes, pode. Pode ser inadequado? Impróprio?
Os grandes absorvem a vaia com naturalidade, desde que sem agressões, como as já dirigidas com palavrões a Lula e Dilma.
Pelo que se viu até agora da tal vaia no avião de Miriam Leitão, a manifestação pode ter sido provocada pela presença dela. Mas não se vê em nenhum vídeo referência ao nome da jornalista.
A vaia foi claramente contra a Globo. E sendo contra a Globo, a comentarista acha que é contra ela?
Jornalistas são grandes vaiadores, em microfones e em jornais. Alguns se dedicam à vaia diariamente, desde que o vaiado seja da esquerda. Jornalistas têm um poder para vaiar que nenhum vaiador de avião tem.
Querer que o Brasil tensionado só ouça as vaias produzidas com agressividade e palavrões pela direita é pedir demais.

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