O DATAFOLHA INFORMA: O TIO DO ZAP SALVA BOLSONARO

O eleitor clássico de Bolsonaro é o rico reacionário que não teme tanto Lula quanto teme pobre que pode virar classe média. Por isso mesmo ele acaba temendo Lula e tudo o que os avanços sociais de 13 anos de PT no poder representaram.

Mas não há ricos em quantidade para reeleger Bolsonaro. O que há como suporte ao sujeito é uma classe média de direita, como mostra a última pesquisa do Datafolha. Essa classe média manifesta de novo fidelidade à gambiarra de 2018.

Bolsonaro é o candidato dos tiozões e das tiozonas de classe média. Vejam o que diz a pesquisa. Em dezembro, 53% dos eleitores com renda de até cinco salários mínimos apoiavam Lula e 36% estavam com Bolsonaro.

A pesquisa divulgada nesta quinta-feira mostra que agora o apoio é de 45% para Lula e de 43% para Bolsonaro.

O que aconteceu? A classe média decidiu fechar o nariz e aceitar Bolsonaro como ele é, como o indivíduo que se consagrou na pandemia como o maior negacionista entre os governantes do mundo todo e como um fascista sem cura.

Boa parte da classe média voltou para os braços de Bolsonaro, enquanto Lula mantém liderança com folga entre os mais pobres, as mulheres e os jovens.

Há um dado que capta o sentimento bolsonarista da classe média que decide assumir seu bolsonarismo sem pudor. Em dezembro, apenas 36% dos entrevistados diziam ter votado em Bolsonaro no segundo turno de 2018.

Havia um certo constrangimento em admitir que haviam apoiado o sujeito. Agora, 41% declaram que votaram nele, o que ainda faz com que a conta não feche, porque Bolsonaro foi eleito com 55% dos votos.

Mas há uma melhora no sentimento de que votar em Bolsonaro não significa algo tão constrangedor. Os tios estão dizendo: se a terceira via não existe, que Bolsonaro nos salve.

O certo é que, na pesquisa geral, Lula continua com larga vantagem de 34% contra 26% de Bolsonaro. No segundo turno, Lula vence com 55% contra 34%.

Lula reafirma outras posições já consagradas, como os 55% de preferência no Nordeste e os 51% entre os jovens.

E o mais importante: Lula tem hoje 51% dos votos entre os eleitores com até dois salários mínimos, contra 19% de Bolsonaro.

Mulheres, jovens e pobres não querem saber de Bolsonaro, que se consolida como o candidato dos ricos e dos remediados negacionistas do zap e, claro, também do Telegram. Os reaças sulistas são a principal base de Bolsonaro.

.