O DIA EM QUE BOLSONARO ENTROU NO LAGO PARANOÁ

Gritavam pega, pega, pega, e ninguém pegava. Mas era preciso pegar Bolsonaro. O Supremo tinha decidido que a vacina seria obrigatória.

Todo mundo tinha tomado a vacina, até o Ernesto Araújo. Mas Bolsonaro resistia. Era o último brasileiro sem vacina.

Bolsonaro refugiou-se dentro da cozinha do Alvorada e despachava de lá. Comia e dormia ali.

Até que um dia notaram que Bolsonaro havia saído da cozinha. Saiu de cueca e sem camisa numa corrida louca e foi perseguido por 10 enfermeiros que estavam de tocaia.

O Supremo tinha determinado que pegassem Bolsonaro à força. Gilmar Mendes dizia no Twitter: pega, pega, pega.

Era a vergonha brasileira. Os jornais estrangeiros noticiavam na capa: presidente do Brasil se nega a se vacinar.

No mundo todo, só Bolsonaro e Olavo de Carvalho refugavam a vacina, mas Olavo não é mais brasileiro. Todo o resto havia sido vacinado.

Pois no dia em que saiu da cozinha do Alvorada e alguém gritou pega, Bolsonaro correu em disparada na direção do cercado onde a claque sempre o esperava.

Bolsonaro não saía havia um mês do esconderijo. Mas quando se aproximava dos seguidores, foi laçado pelas pernas e derrubado.

Bolsonaro bufava, babava e gritava: eu preciso dar uma declaração ao povo esse daí.

Um enfermeiro tirou a seringa de um isopor e aplicou a vacina. O sujeito bufou com mais força, esperneou, se mijou e de repente foi se transformando.

A cena era assustadora. Não era, como muitos esperavam e ele mesmo poderia esperar, um jacaré. Nem um lagarto ou um crocodilo.

Era um bicho com penas, era um pinguim. Bolsonaro ergueu-se e caminhou pelos gramados do Alvorada como um pinguim legítimo, meio desengonçado, olhando para os lados.

Havia se transformado num fofo pinguim imperador. Bolsonaro era finalmente um imperador.

E assim ele ficou no Planalto, como pinguim imperador, e continuou dando expediente. Divertia os generais, dançava, era uma ave simpática.

Bolsonaro banhava-se no Lago Paranoá, recebia visitantes que queriam vê-lo, às vezes os filhos ficavam a observá-lo.

Subia a rampa do palácio, cagava por tudo e ainda governava. Uns diziam que governava melhor do que quando era gente.

Foi o único brasileiro a tomar a vacina que virou pinguim. Um pinguim tropical. Era notícia mundial.

Mas todos sabiam que o general Hamilton Mourão havia tomado a vacina e virado um jacaré.

Num dia calorento, o pinguim entrou no lago, todo faceiro, e lá estava o jacaré.

Foi assim o fim de Bolsonaro. Parece absurdo, mas assim é a História.

(Este texto foi publicado no jornal Grifo, da Grafar. O link do jornal está logo abaixo)

https://online.fliphtml5.com/rflqr/acrx/?fbclid=IwAR0ypLP9-FLkJ_NlxphTmS8pIjcPdBbtdlvraVadn-ZHmC9yq8aEEoPz_IA#p=1

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