O EX-BOLSONARISTA VIROU UMA PRAGA
Mais chata do que a briga sem fim entre Bolsonaro e Mandetta é a confidência chorosa de um jornalista ex-bolsonarista. Há fila de jornalistas que decidiram se declarar arrependidos, como se esse fosse um gesto com alguma grandeza.
O ex-bolsonarista acha que todos querem saber das traições a que ele se submeteu. Depois de Diogo Mainardi, apareceu meia dúzia de seguidores de Mainardi e que seguiam Bolsonaro porque o homem-mosca era seguidor do sujeito.
A toada é a mesma. Bolsonaro é um cara inconfiável. Todos eles confiaram em Bolsonaro, foram iludidos por suas promessas redentoras, pelo seu moralismo impecável, pela defesa da família, de Deus e da pátria.
Descobriram que Bolsonaro era fascista. Todos dizem que Bolsonaro acabou e que é uma pouca vergonha o que ele está fazendo com Mandetta e com a guerra à pandemia. Ex-bolsonaristas viraram uma praga.
Jornalistas que se diziam dedicados à neutra imparcialidade dos que observam tudo à distância haviam assumido compromisso com Bolsonaro.
Iriam até o fim com o sujeito, com o objetivo nobre de combater as esquerdas, Lula, o PT e o diabo que toma conta do corpo do povo indefeso. Viraram jornalistas frustrados. Foram traídos.
O ex-bolsonarista é autoindulgente. Ele se açoita e se perdoa ao mesmo tempo. E, no processo de purificação, passa a assumir posições radicais contra Bolsonaro e a extrema direita.
O jornalista ex-bolsonarista é um cínico imperdoável. Ele não foi bolsonarista apenas intimamente, não se viciou em Bolsonaro para consumo próprio, ele propagou sua paixão bolsonarista.
Tirou proveito da sua pregação. Foi traficante de bolsonarismo e enganou seus leitores e ouvintes.
O jornalista ex-bolsonarista é um oportunista, é mais enganador do que o próprio Bolsonaro.
O jornalista que bajulou Bolsonaro sabia o que estava fazendo. Salta fora agora porque não há como sustentar o custo da fidelidade ao sujeito que passa a mão no nariz e abraça velhinhas.
O ex-bolsonarista sabe que o seu arrependimento não convence ninguém. Mas não há o que fazer. Daqui a pouco ele volta com a mesma ladainha, quando decidir abandonar Sergio Moro.
É uma realidade PATÉTICa ler a respeito desta mudança de discurso.Quem não conhece está figura abjeta que pula de galho e galho quando lhe convém.
Não creio que foram enganados ou iludidos. Quase todos, salvo raríssimas exceções, sabiam muito bem onde amarravam seu burro. Merecem o desprezo e indiferença dos leitores. Fizeram assim com jânio, depois collor . Agora foi a vez do capitão. Amanhã, com certeza, farão novamente e se “confessarão” arrependidos. A manada vai acreditar e PERDOAR. Simples.