O FASCISMO E OS JUÍZES
Há fascistas em todas as áreas. E cada vez mais. Há até médicos que atacam publicamente com ameaças quem discorda das suas ideias. Mas médicos e juízes deveriam se esforçar um pouco mais para não serem fascistas.
Médicos deveriam manter intacta, acima de qualquer incômodo com ideias alheias, a capacidade de desejar curar inclusive eventuais inimigos, como fazem nas guerras. E juízes não podem perseguir discordantes só porque contrariam seus interesses encobertos e os esquemas e sistemas a que estão atrelados.
Juízes não devem ser e nunca serão neutros. São falsos os juízes que se dizem neutros. Mas eles deveriam perseverar na busca da imparcialidade e estar ao lado da civilização e não da barbárie.
Juízes que se alinham com defensores de crueldades e arbitrariedades deveriam ser outra coisa, mas numca magistrados.
Pela natureza do que faz ou deveria fazer, um juiz não poderia, em nenhuma circunstância e sob nenhuma hipótese, agir como torturador.
Um juiz não tem o direito de encarcerar para humilhar, arrancar confissões ou fazer valer seu poder de aliado de um estado de exceção.
Um juiz deve se rebelar contra arbitrariedades. Um juiz que acusa e ao mesmo tempo decide o que fazer com o acusado e condenado, restringindo seus direitos, não é juiz, é um algoz.
Infelizmente, juízes se aliam aos que conspiram contra a democracia, mas aí deixam de ser juízes, mesmo que continuem representando, como farsa, o papel de julgadores, quando são na verdade verdugos.
O Judiciário brasileiro precisa enquadrar seus juízes punitivistas, antes que eles produzam mais vítimas das crueldades da barbárie de toga. E antes que as vítimas dos justiceiros encontrem, por direito, um jeito de se livrar dessas aberrações.