NÃO ATIREM NO GENERAL AZEVEDO E SILVA

É fácil ficar de longe dizendo que os civis não precisam da ajuda de militares legalistas como protetores e avalistas da democracia.

É fácil, é cômodo, é bacana, porque passa uma valentia que o vasto mundo civil não tem. Se tivesse, Bolsonaro não estaria mais no poder.

Por isso, são bem bobinhos os argumentos contra a escolha do general Fernando Azevedo e Silva para o cargo de diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral.

Repete-se na imprensa a conversa de que democracias estáveis não precisam de generais em cargos que deveriam ser ocupados por civis.

Democracias estáveis não precisariam de um marechal Teixeira Lott para assegurar a posse de Juscelino e Jango em 1955.

Democracias estáveis não teriam derrubado Jango e Dilma e encarcerado Lula. E muito menos gerado uma aberração política e humana como Bolsonaro, ou uma operação justiceira como a Lava-Jato.

Democracias estáveis já teriam enfrentado as decisões do general Augusto Heleno em favor dos garimpeiros da Amazônia.

Jornalistas da grande imprensa têm publicado textos nessa linha do estranhamento. Eles acham que o Brasil está apenas fora de prumo com Bolsonaro, mas que é uma democracia sob normalidade.

Sabe-se que, no caso de Azevedo e Silva, o general foi convocado pelos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, os próximos presidentes do TSE.

Os dois sabem muito bem, melhor do que todos nós que olhamos de fora, o peso dos coturnos no entorno do poder.

Num país sob normalidade o general não teria muito o que fazer. No Brasil, há muito tempo, militares legalistas devem contribuir para a democracia.

Azevedo e Silva passa a ser uma trincheira contra os ataques preparados por Bolsonaro e sua turma com e sem farda.

Os ingênuos perguntam: por que um militar? Porque Azevedo e Silva conhece as entranhas da política e convive com os que estão fora dos quartéis para fazer política. Ele seria o contraponto do TSE aos militares golpistas de Bolsonaro.

A presença do general cria pelo menos constrangimentos. É o caco de vidro no muro do TSE, até porque todos eles se conhecem.

Dizer que ele já agiu, como ministro da Defesa, como defensor do bolsonarismo, é um exagero. O general teve presença protocolar no governo e foi ao seu limite, até pedir para sair, em março, e levar junto os chefes das três armas.

Será o servidor fardado (mesmo que na reserva) para repelir ataques de ex-colegas de governo e de fora do governo ao TSE, às urnas e à apuração.

Ainda não está desprezada a hipótese de Bolsonaro tentar contar com os militares para esculhambar com as eleições.

Azevedo e Silva não é um Teixeira Lott, está longe de ter a mesma potência política. Mas é o que temos para o momento.

Deve ter seu desprendimento reconhecido, principalmente pelo risco que se dispôs a correr ao ser esculachado pelos que brincam de casinha como habitantes de uma democracia estável.

O general sabe que nada é mais instável hoje do que o jornalismo da grande imprensa.

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O VÉIO NÃO É NOTÍCIA
O DCM meteu um furo na grande imprensa brasileira hoje, ao avisar que Luciano Hang, o véio da Havan, pode ficar sem um mandato que lhe assegure imunidade.

A notícia do parecer do Ministério Público Eleitoral, pedindo a suspensão dos direitos políticos do véio, por abuso do poder econômico, foi ignor

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O VÉIO NÃO É NOTÍCIA
O DCM meteu um furo na grande imprensa brasileira hoje, ao avisar que Luciano Hang, o véio da Havan, pode ficar sem um mandato que lhe assegure imunidade.

A notícia do parecer do Ministério Público Eleitoral, pedindo a suspensão dos direitos políticos do véio, por abuso do poder econômico, foi ignorada pelos jornais.

O sujeito pode ficar inelegível por oito anos e perder o direito de concorrer ao Senado ou ao governo de Santa Catarina.

O mais poderoso líder da extrema direita brasileira depois de Bolsonaro, mas com dinheiro que Bolsonaro não conseguirá juntar nunca, mesmo com milhões de rachadões e rachadinhas, pode ser condenado pela Justiça Eleitoral e ficar à deriva.

Mas para a grande imprensa nada é com ela. Uma notícia que abala toda a extrema direita, e não só o dono da Havan, é desprezada pelos jornais.

Mas a Folha tinha essa notícia na capa:
O que São Paulo perde ao entregar o Campo de Marte para Bolsonaro
(o que isso significa para quem mora fora de São Paulo ou na Lua?)

O Estadão tinha essa chamada:
Conmebol aumenta prêmio da Libertadores e Sul-Americana; veja os valores

E o Globo noticiava:
Quem é Thiago Gagliasso, o irmão bolsonarista com quem Bruno Gagliasso cortou relações

Sobre o véio acossado pelo MP eleitoral, nenhuma linha.

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ATRASADA
As mulheres, os jovens, os pobres e agora os evangélicos, segundo pesquisa Datafolha. Todos acham que Lula foi o melhor presidente da História.

Só falta a Globo.

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FALTA NÓIS
Se o Chile conseguiu. Se a Argentina conseguiu. Se os bolivianos conseguiram. Se o Peru também conseguiu.

Se todos eles conseguiram, nós também vamos derrotar o fascismo.

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O vídeo é de 2019, e não de agora, das comemorações da vitória de Gabriel Boric, mas vale a pena ver de novo.

2 thoughts on “NÃO ATIREM NO GENERAL AZEVEDO E SILVA

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