O GURU

Um bom informante que tenho em Brasília me confirmou que tem inspiração gaúcha a investida suicida de Bolsonaro contra o que ele e os filhos chamam de velha política.

Já falei aqui que um cientista político, guru ilustrado da direita dita liberal, homem sem fronteiras, conselheiro de Onyx Lorenzoni, teria induzido Bolsonaro a partir para a guerra contra Rodrigo Maia e contra as lideranças partidárias.

Bolsonaro, na cabeça desse cientista, iria criar as novas bases das negociações com as bancadas da Bíblia, da bala, do boi, do pato, do agrotóxico, do desmatamento, dos bancos e da sonegação.

Esse cientista gênio teria descoberto que são as bancadas, e não os partidos, que têm força no Congresso. São as bancadas que têm votos. O pensador é um dos identificadores das tais bancadas transversais, que são subdivisões dentro das bancadas temáticas.

A tese do cientista é mais ou menos esta. Com a renovação de pelo menos metade do Congresso, Bolsonaro poderia falar da ‘nova política’ direto com essa gente.

Já se sabia que era apenas uma bobagem retórica. A nova legislatura não é apenas mais reacionária, é muito mais oportunista que a anterior.

Ontem, a velha política, junto com a nova política, passou a perna em Bolsonaro, e a Câmara aprovou que investimentos previstos em Orçamento devem ser respeitados. A nova política barganha, faz negociatas, negaceia e chantageia porque é mais velha do que a velha política.

Não se sabe se esse mesmo cientista das platitudes, que fala e escreve muito, enrola e não diz nada, foi quem orientou Bolsonaro a ir ao cinema enquanto o circo pega fogo.

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