O in-su-por-tá-vel

geddel
Mais um motivo para desconfiar de Geddel Vieira Lima, o superministro do homem do Jaburu, agora sob suspeita de comandar uma máfia da especulação imobiliária em Salvador.
Pois Renato Russo conviveu com o sujeito, no fim dos anos 70, no Colégio Marista de Brasília, e o definia como in-su-por-tá-vel.
O Globo traz hoje uma nota sobre a imagem que o cantor tinha do colega metido a bacana e a engraçado.
A biografia de Renato, O Filho da Revolução (Agir), escrita pelo jornalista Carlos Marcelo e citada por O Globo, fala de Geddel.
Aqui tem um trecho sobre a decisão de Renato de afastar Geddel de um grupo que produziria um texto sobre a história do rock. O homem, já naquele tempo, gostava de pegar caronas:
“Rigoroso na hora de selecionar os colegas de grupo, ele (Renato) convida Maria Inês Serra e mais dois ou três felizardos que se mostraram dispostos a executar a tarefa como ele planejaria. Tinha gostado de trabalhar com Inês em uma pesquisa sobre cantigas de roda – esforço alheio representava fator decisivo para a escolha. Deixa claro (a ponto de despertar antipatia e criar fama de chato) que não carregaria ninguém nas costas. Apesar dos pedidos de colegas como Geddel Quadros Vieira Lima para entrar no seu grupo pela garantia de notas altas na avaliação final. Filho do político baiano Afrísio Vieira Lima, o gordinho Geddel era um dos palhaços da turma. Chegava no colégio dirigindo um Opala verde, o que despertava a atenção das meninas e a inveja dos meninos – que davam o troco chamando-o de “Suíno”. Tinha sempre uma piada na ponta da língua; as matérias, nem sempre.
— Eu vou ser político!
O jeitão expansivo garantia popularidade entre os colegas, mas não unanimidade. “Ele é in-su-por-tá-vel!”, justifica Renato para Maria Inês, dividindo as sílabas de forma enfática, ao sentenciar a proibição da entrada de Geddel em seu grupo”.
Quem não teve um colega com esse estilo? O sujeito metido a engraçadinho, rico, fofinho, herdeiro de currais da política, que chega ao poder e acha (já achava naquela época) que pode fazer o que bem entende. E pode.

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