O JABURU E OS BITCOINS

Ontem perguntei aqui se alguém já lidou com bitcoins. Parece que teve apenas uma resposta afirmativa, mas muito vaga, e a conclusão geral é que a moeda virtual, agora presente até na Bolsa de Chicago, ainda é uma miragem para a maioria.

Hoje, Laerte publica na Folha uma esta charge em que mostra uma realidade que vem aí. Trabalhos intermitentes (o patrão só paga pelo tempo em que ‘usou’ o empregado) serão pagos no futuro com farelos de bitcoins.

Eu acredito que ainda receberei um dia algum pagamento em bitcoins. Também acho que propinas serão pagas em bitcoins e que o jaburu nunca mais correrá o risco de ser acusado de receber malas de dinheiro. Porque o Loures não vai precisar carregar bitcoins em malas. Nem o primo do Aécio.

E também é provável que daqui a algum tempo se ouça este tipo de comentário: tu te lembra do dinheiro em papel? E do cartão? E das moedinhas?

E as pessoas ficarão horas dedicadas a essas lembranças, como ficamos hoje quando alguém fala do tempo em que toda casa tinha um vaso com samambaia e um botijão de gás com avental de tecido floral.

Saudade do tempo em que um botijão de gás era objeto de enfeite e não de pavor.

Pois quando chegar esse tempo dos bitcoins, as pessoas se lembrarão então do tempo das malas do jaburu, do Aécio e do Geddel e também se lembrarão dos botijões de gás de saia. Nesse futuro, o jaburu voltará a ser apenas uma ave.

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