O JOGO DUPLO DE FELIPE GONZÁLEZ
Uma informação constrangedora para o que ainda resta da memória de antigos líderes das esquerdas e da social-democracia na Europa.
Nos anos 80, o governo de Felipe Gonzáles passava aos ditadores em Buenos Aires informações sobre os exilados argentinos na Espanha.
É uma notícia destruidora. Está na capa do jornal Página 12.
Gonzáles fazia jogo duplo, conversando com as Mães da Praça de Maio e com os generais.
Passava aos militares os nomes e as atividades dos argentinos que a Espanha deveria proteger. Muitos dos citados em informes do governo, em documentos só agora descobertos, são desde aquele tempo desaparecidos políticos.
A pergunta mais aterrorizante é a que levanta a possibilidade de Gonzáles ter colaborado, com as informações secretas, para o assassinato de argentinos, por emissários da ditadura, dentro da Espanha.
Hoje, nada mais seria surpreendente, porque o espanhol virou um reacionário e caminhou nos últimos anos em direção à direita.
Mas diziam nos anos 80 e 90 que o Brasil teria um dia uma esquerda como a liderada por Felipe Gonzáles.
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MEDO DA CHUVA
Tinha muita gente no Parcão ontem, o que já serve pra provar que a extrema direita de Porto Alegre tem menos medo da chuva do que as esquerdas.
Outra prova oferecida é esta. Muitos dos que apareciam nos primeiros atos de rua pró-golpe, com faixas e cartazes para Sergio Moro, eram também bolsonaristas.
E a conclusão final. No Rio Grande do Sul, há um fenômeno que não se repete na maioria dos Estados. Lavajatistas e bolsonaristas continuam misturados em atos públicos.
Mesmo com a guerra entre Moro e Bolsonaro, porque o ex-juiz não soube proteger os filhos do sujeito e os milicianos como ministro da Justiça, aqui eles estão numa boa e são mingau da mesma maizena.
Mais do que bolsonarista ou lavajatista, importa para essa turma ser de extrema direita.
Não deixa de ser mais um modelo gaúcho a toda Terra.