O MANIFESTO

Em 1989, na primeira eleição para presidente após a ditadura, correu pela cidade um manifesto de apoio a Lula no segundo turno. Gente de todas as áreas assinou o texto de apoio ao metalúrgico que enfrentaria o bacana de Alagoas.
O manifesto teve a assinatura de profissionais de todas as áreas, professores, artistas, jornalistas, arquitetos, médicos, escritores, engenheiros, sindicalistas.
Foi impresso e distribuído em Porto Alegre, de mão em mão. Era uma folha enorme, dobrada em quatro, como se fosse quatro páginas de jornal.
O texto foi assinado por muitos colegas da redação de Zero Hora. Eu assinei e isso não significa nada de excepcional, porque, mesmo sob a tensão daquele enfrentamento, os jornalistas se posicionavam (quem tiver uma cópia do manifesto, que se manifeste).
Escrevo agora e enxergo aquela folha dobrada, com os nomes em letrinha miúda, sempre pensando na situação de hoje, em que as grandes redações, sob a mordaça dos altos comandos executivos das corporações, não teriam como largar algo parecido, ou teriam? Com nomes? Acho que não.
É triste, porque em algum momento, em todas as situações em que a democracia esteve sob ameaça, os jornalistas arranjaram um jeito de reagir e se manifestar.
Estamos em outros tempos (nos tempos do modo Havan) e eu os entendo e os respeito.

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