O MENINO ASSASSINADO E O FASCISTA

Hoje pela manhã, enquanto a mãe de João Pedro Mattos Pinto era informada de que o corpo do menino estava no IML de São Gonçalo, no Rio, Bolsonaro se reunia com dirigentes do Flamengo e do Vasco em Brasília.

Quando Rafaela, a mãe de João Pedro, finalmente tinha a confirmação oficial de que o filho de 14 anos havia sido assassinado por policiais, dentro de casa, Bolsonaro tratava da volta do futebol aos estádios do Rio.

Enquanto amigos, parentes, vizinhos choravam ao saber que o menino metralhado por policiais estava mesmo morto, Bolsonaro afinava sua cumplicidade com os clubes cariocas para que se abram as porteiras dos estádios e assim se abram todas as porteiras para a peste.

Enquanto ficava esclarecido que João Pedro havia sido levado pelos próprios policiais, em um helicóptero, sem nenhuma informação ou um consolo à família, Bolsonaro tramava o que mais deseja hoje, que é ver os jogadores correndo atrás de uma bola, de preferência em estádios lotados e infectados.

Descobriram o corpo de João Pedro no IML enquanto Bolsonaro posava sorridente para uma foto com a nova camiseta do Flamengo. A polícia do fascismo não faz isolamento social e não para de matar nem na pandemia.

João Pedro foi morto a tiros de metralhadora dentro de casa no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, no início da tarde de segunda-feira.

Os policiais levaram o corpo e ficaram quietos. Os parentes procuraram João Pedro até hoje pela manhã, e ninguém do governo dizia onde ele estava.

A polícia guardou o corpo em uma gaveta do IML e emudeceu, talvez para que tivessem tempo para achar um álibi.

Mataram o menino com forças especiais. A polícia de Witzel teve o apoio de agentes federais de Bolsonaro.

É gente da mesma polícia que Bolsonaro quer controlar para evitar problemas com seus garotos. É da organização do mesmo delegado que alertou Flavio Bolsonaro que a quadrilha dele com o Queiroz seria investigada.

Mais de 50 policiais participaram da operação em São Gonçalo. A invasão da região teve helicópteros, lanchas na Baía da Guanabara e blindados. Seria um espetáculo para pegar traficantes. Não pegaram ninguém. Acabaram matando um guri de 14 anos.

Havia mais polícia em São Gonçalo ontem à tarde do que médicos e enfermeiros no Hospital Luiz Palmier, ali perto de onde mataram João Pedro.

Sobram policiais em operações de guerra contra pobres, faltam profissionais de saúde para a guerra da pandemia. As polícias de Witzel e Bolsonaro matam pobres, negros e miseráveis como política de Estado, e não por descuido.

É o país de Bolsonaro, o sujeito que decide vestir a nova camiseta do mais popular time do Rio e do Brasil em meio a uma peste e à consternação desse mesmo Rio com a morte a tiros de um menino negro.

Ele não faz isso por alienação. Alienados são os dirigentes de clubes diversos que o procuram enquanto centenas morrem todos os dias.

Bolsonaro age por crueldade mesmo, por sua índole fascista, pela indiferença com a dor dos outros e com a morte. As polícias impunes de Bolsonaro e Witzel matam crianças.

2 thoughts on “O MENINO ASSASSINADO E O FASCISTA

  1. Sim. Matam crianças e pré adolescentes como esse garoto há anos e isso tem que terminar. Mas antes de justificarem as mortes de “garotos” gostaria de saber o que justifica a morte de meninas que são a maioria assassinada pela polícia e a maioria com menos de 10 anos.

    Quanto a ele ser negro… As favelas no Rio foram criadas por negros, mestiços e após a influência das novelas da Globo, nordestinos, que são PARDOS embora jurem que são brancos. Aos milhões.

    Virou uma espécie de “ordem natural das coisas” um nordestino vir para o Rio ou são Paulo quando faz 17 anos. Deve ser ordem de Deus. Rsrs.

    Se as favelas tivessem sido criadas por brancos e lá vivessem basicamente brancos, seriam de brancos que estaríamos falando agora, não?

    Quando a polícia comecar a invadir prédios de classe média onde também moram negros formados e matá-los, vou comecar a achar que é uma perseguição exclusiva a eles.

    Que existe preconceito nesses PMs saídos de favelas semelhantes, não duvido. Mas por enquanto é impossível matar uma maioria de brancos onde só vive uma maioria de negros e pardos.

  2. O QUERIDO LULA FEZ UM VIDEO ACLAMANDO O CORONAVÍRUS, NÃO VI REPUDIO DA IMPRENSA E ACHO QUE NUNCA VEREI, NOS GOVERNOS ANTERIORES ERA COMUM 60 MIL MORTES GRAÇAS A VIOLÊNCIA, VIDEOS DE HOSPITAIS SUCATEADOS, A MINHA VIDA INTEIRA VI, JÁ VI VARIAS NOTICIAS SOBRE MORTES EM FAVELAS POR BALA PERDIDA EM QUE A POLICIA NEM ESTAVA GRAÇAS A INTERNET TEMOS ACESSO AS ESSAS INFORMAÇÕES, POIS PELOS JORNALISTAS DEMOCRÁTICOS QUE AQUI HABITAM NÃO OUSAM CRITICAR.
    nUNCA IREI ESQUECER DO VIDEO QUE RECEBI DE UMA MOÇA QUE DECIDIU SAIR DO CRIME ORGANIZADO PARA CUIDAR DO FILHO DE 6 ANOS, E FOI LEVADA PARA CIMA DE UM MORRO COM UM CAPUZ NA CABEÇA, FOI DECAPITADA E ESFAQUEADA, AO TERMINAR COM A VIDA DA MESMA OS ASSASSINOS AINDA FESTEJARAM COM A CABEÇA DELA. NÃO VI REPUDIO DE NINGUÉM, MIDIA, FAMOSOS, POLÍTICOS, FEMINISTAS. É MUITO FÁCIL ATACAR UMA ÚNICA PESSOA, A ÚNICA QUE SE VE OBRIGADA A RESPEITAR TODAS AS LEIS, PORQUE OS DEMAIS PISAM NA CONSTUIÇAO E NINGUÉM QUESTIONA, DIFICIL É IR LA E QUESTIONAR O GRANDE PROBLEMA DO PAIS OS CRIMINOSOS, COM RELAÇÃO AO MENINO QUE DEUS CONFORTE A FAMÍLIA, MAS PREFIRO ESPERAR O DESENROLAR DO CASO, PORQUE JÁ VI MUITOS EM QUE AO PASSAR DO TEMPO SE MOSTROU DIFERENTE DO QUE A MIDIA EXPÔS

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