O modelo de Curitiba

O juiz Sergio Moro ficou com a parte pobre da Lava-Jato, com os tesoureiros do PT e com Lula e os pedalinhos e a reforma da cozinha do Guarujá. Até Marcelo Odebrecht ficou pobrezinho perto dos irmãos Batista e das malas do Geddel.
Sergio Moro é juiz para pegar um Lucio Funaro e suas conexões jaburianas. Este sim, como se vê agora na sua delação, é mafioso de verdade. Se pegasse Funaro, Moro pegaria Cunha, Padilha, Geddel, Moreira Franco e o jaburu. O Quadrilhão seria todo de Moro.
Mas Sergio Moro só lida com gente sem foro privilegiado. Ele só avança em gente com foro se for para grampear Dilma. Quando foi para grampear Dilma (ilegalmente) e mandar o grampo (ilegalmente) para a Globo, aí não teve a desculpa do foro.
Moro deve ter sido o único juiz de primeira instância de todos os tempos, em qualquer parte do mundo e sob uma democracia, mesmo que capenga, que grampeou (com a desculpa de que foi sem querer) o telefone da mais alta autoridade do país. E deu publicidade ao seu delito, como se fosse repórter dos Marinho.
Um dia os professores de Direito ainda falarão desse episódio como uma das maiores aberrações da Justiça. Hoje, poucos falam, porque o Direito absoluto a ser imitado é o do modelo das prisões preventivas intermináveis e das delações saídas das masmorras de Curitiba.
(Para que não fique dúvida: o ministro Teori Zavascki considerou ilegal a divulgação do grampo pelo juiz, porque o próprio grampo também foi, é claro, um ato ilegal. Mas Teori está morto.)

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