O PÉSSIMO EXEMPLO DO PREFEITO-TORCEDOR BRUNO COVAS

Há na internet todo tipo de argumento para a ida do prefeito Bruno Covas ao Rio para ver a final da Libertadores entre Palmeiras e Santos, no sábado, aglomerando-se nas arquibancadas do Maracanã com outras pessoas.

Um dos argumentos é esse: Covas é um cara em tratamento contra um câncer complicado e pode estar querendo viver o que for possível, por não saber nada sobre o dia de amanhã.

O próprio prefeito argumentou, em texto no Twitter, que apenas quis “usufruir de um pequeno prazer da vida” ao lado do filho.

Pois aí é que está. Covas, uma figura pública, um homem doente, deveria dar o exemplo e não ir a um jogo de futebol pelo impulso da emoção.

Se essa desculpa valesse para todos os doentes do mundo, que acham que podem morrer amanhã, estaria tudo liberado. Porque cada um tem uma desculpa para fazer o que ele fez.

Covas não poderia ter ido. É isso. Ponto. Ele não poderia estar onde uma autoridade não deve aparecer nesse momento.

Deveria estar em casa, vendo o jogo pela TV. Ele pode achar que corre o risco de morrer amanhã ou depois.

Indo ao jogo, põe em risco outras pessoas e sugere que está ao lado do vale tudo que a direita bolsonarista defende.

Não ainda dizer que ele já teve Covid, porque continua sem um potencial transmissor, como qualquer outra pessoa que teve ou não a doença. Mas o pior é o mau exemplo.

Bruno Covas tem o direito de achar que precisa aproveitar a vida que lhe resta. Mas não assim. A grande maioria da população sabe que pode viver muito.

O prefeito às vezes só se diferencia de Bolsonaro por ser neto de Mario Covas, o que deveria ser motivo para mantê-lo afastado das ideias e das atitudes do genocida.

Abaixo, as explicações do prefeito no Twitter:
“Depois de 24 sessões de radioterapia meus médicos me recomendaram 10 dias de licença para recuperar as energias. Isso foi até a última quinta (28/01). Resolvi tirar mais 3 dias de licença não remunerada para aproveitar uns dias com meu filho. Fomos ver a final da libertadores da América no Maracanã, um sonho nosso. Respeitamos todas as normas de segurança determinadas pelas autoridades sanitárias do RJ. Mas a lacração da Internet resolveu pegar pesado. Depois de tantas incertezas sobre a vida, a felicidade de levar o filho ao estádio tomou uma proporção diferente para mim. Ir ao jogo é direito meu. É usufruir de um pequeno prazer da vida. Mas a hipocrisia generalizada que virou nossa sociedade resolveu me julgar como se eu tivesse feito algo ilegal. Todos dentro do estádio poderiam estar lá. Menos eu. Quando decidi ir ao jogo tinha ciência que sofreria críticas. Mas se esse é o preço a pagar para passar algumas horas inesquecíveis com meu filho, pago com a consciência tranquila”.

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TODOS
A eleição de Bolsonaro está na conta de quem achava que a escolha era difícil e fez a pior de todas as escolhas.

Mas a permanência de Bolsonaro no poder, enquanto o genocídio avança, está na conta de todos nós. Todos.

Sem essa de que esse é um problema das instituições.

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OS LEITORES
Para quem quer um exemplo de egocentrismo. A Folha pesquisou entre seus leitores e concluiu que 80% deles querem a abertura do processo de impeachment contra Bolsonaro.

Isso quer dizer o quê? Nada, como diria o Tadeu Schmidt.
(Hoje, os assinantes da Folha que foram abrir a edição impressa no online se depararam com essa capa.)

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CRAQUE NO 247
Joaquim de Carvalho é um dos novos editores do Brasil 247 e apresentador da TV do canal.

É um jornalista com uma bela trajetória na imprensa. Foi durante muito tempo do grupo de editores do DCM, do qual se desligou há cerca de um mês.

Foi ele quem me convidou a colaborar com o DCM no ano passado. Vamos conviver agora no Brasil 247, do qual também sou colaborador.

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A ENGANAÇÃO DA VACINAÇÃO
Todos os Estados têm índice de vacinação pouco acima de 1% até agora. Não há nenhum caso de taxa de 2% em relação à população geral.

Bolsonaro deve estar achando uma barbada sabotar a vacinação, porque não há nada a temer.

Se amanhã ele disser que vai suspender a compra de vacinas, é provável que não aconteça nada.

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