Ex-esquerdistas

Uma das consequências da eleição de Rodrigo Maia para a presidência da Câmara é a ressurreição dos pefelistas. Ressurreição mesmo, física, real.
O pai dele, Cesar Maia, por exemplo, agora dá entrevistas para todo mundo como pai. É o pai do presidente da Câmara falando sobre o filho e a possível ressurreição de todo o PFL.
É estranho, porque Cesar Maia, ex-prefeito do Rio, não tem expressão como político há pelo menos uma década.
Maia foi da turma exilada no Chile a partir de 64. Um dia saberemos bem direitinho que esquerda era essa que foi parar em Santiago, porque todos eles se bandearam depois para a direita (Fernando Henrique e José Serra na liderança do grupo), com exceção de Maria da Conceição Tavares e outros poucos.
Pois Cesar Maia é da direita legítima, do PFL, há muito tempo. O filho que passa a comandar a Câmara era da ala jovem do PFL. E foi da comissão de frente de Eduardo Cunha.
Quando os que sustentavam Cunha – no Congresso, na imprensa, na Fiesp e suas entidades satélites e em outros nichos de militância reacionária – decidiram saltar fora, Rodrigo já estava saltando.
Alguns colegas jornalistas analisam a vitória do Maia filho como resultado da reação da elite política da direita (com o apoio de parte da esquerda) ao Centrão fisiológico do baixo clero do Congresso. Isso dá um certo charme à eleição de Rodrigo. É a volta da direita mais profissional.
A verdade é que Rodrigo apenas decidiu escapar da turma que estava sendo jogada ladeira abaixo, para ser de novo um PFL legítimo e escapar da contaminação da derrocada do padrinho Eduardo Cunha.
Se Eduardo Cunha ainda estivesse forte, ele estaria, claro, ao seu lado até hoje.
Foi assim que parte da esquerda, para fugir do Centrão, caiu nos braços desse PFL.
É o golpe e o imponderável fomentando a proliferação de oportunistas. Teremos mais disso tudo daqui a alguns dias. Aguardem.

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