O PROFESSOR DE JORNALISMO

Conversei ontem com duas professoras de comunicação, num grupo com outras pessoas de outras áreas. A cada conversa como essa, vou reafirmando a certeza de que muitas escolas de jornalismo não se encolheram com o golpe.
Não digo que esperava que se encolhessem, não há surpresa na minha constatação. Há apenas a convicção de que os professores, em sua maioria, mantêm a trincheira pelas liberdades, pela democracia e pelo direito à diversidade e à discordância no jornalismo.
Os professores de jornalismo (e de outras áreas) não se acovardaram. Preservaram o que boa parte da geração anterior à geração deles fez no tempo da ditadura. Os professores de jornalismo são bravos no tenebroso ambiente do golpe em que as redações de jornais, rádios e TVs vão sendo esvaziadas de discordantes.
Sei que muitos desses professores já pagaram um alto preço pela postura crítica diante do estado de exceção. Mas os que ficaram, mesmo correndo riscos, ainda resistem.
São belos exemplos para os alunos e deveriam ser também para muitos colegas, com idades semelhantes, que se encaramujaram com a tomada do poder pela turma do jaburu e seus cúmplices. Jornalistas não poderiam nunca estar a serviço de golpistas.
O fim do golpe continua a depender dos jornalistas. As novas gerações sabem disso por conta da posição altaneira de seus mestres. Centenas de novos jornalistas poderão dizer, daqui a algum tempo: eu fui aluno do professor…
(Cada um sabe como preencher os pontinhos.)

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