O QUE ESPERA BOLSONARO
O Datafolha fez nove pesquisas sobre a aprovação de Bolsonaro, desde abril de 2019 e até a mais recente, que ouviu eleitores de 8 a 10 de dezembro. Depois de quatro meses de silêncio do Datafolha, Bolsonaro apareceu agora com aprovação de 37%.
A pesquisa anterior havia sido feita em 12 de agosto, com os mesmos 37%. Repete-se o mais alto índice da soma de ótimo e de bom para o sujeito.
Nunca a Folha havia ficado tanto tempo sem mandar fazer pesquisa sobre Bolsonaro. O jornal ficou quatro meses sem dizer nada e sem explicar, porque o jornalismo só pede, não dá explicações. Quatro meses são uma eternidade em tempos de pandemia.
Em isolamento, o Datafolha enclausurou-se e negou-se a medir os humores dos brasileiros sobre Bolsonaro num dos períodos mais complicados para o governo e o país.
Nesses quatro meses, Bolsonaro ampliou seu negacionismo, desafiou as campanhas pela vacinação e tentou se proteger politicamente no colo do centrão. E o Datafolha mudo.
A nova pesquisa acionou uma deprê geral com a notícia de que a aprovação de Bolsonaro não cai, depois de ter ficado em duas amostragens (em agosto e dezembro do ano passado) abaixo dos 30%.
Também deprime saber que o crescimento da aprovação se dá entre os pobres, as pessoas com baixa formação e os moradores do Norte e do Nordeste e que 52% dos brasileiros acham que Bolsonaro não é culpado pelas mortes da pandemia.
Bolsonaro parece estar numa boa. Conseguiu, como mostra o Datafolha, transferir a culpa pela gestão da crise da saúde para o seu sempre interino e provisório ministro Eduardo Pazuello. E dá a entender que vai flutuar nessa faixa pouco acima de um terço dos eleitores.
Mas será que flutua mesmo? O que pode estar se anunciando é algo que parece previsível. Bolsonaro pode ter batido no teto e corre o risco de começar a desabar com o fim do auxílio emergencial e o aumento da crise da vacina.
Os pobres de todas as regiões e os eleitores do Norte e Nordeste, em particular, seguraram o lastro dos 37% de aprovação. Mas não porque consideram Bolsonaro o novo Lula. Eles estão sob o efeito do auxílio.
Para chegar a ser um novo Lula, Bolsonaro vai ter que remar mais. E o mais provável é que, já no começo do ano, comece a faltar remo e também falte barco.
A Folha pode dar de manchete no começo do ano a queda da popularidade do sujeito. Mas para isso o Datafolha não pode se enclausurar de novo.
Se a Folha se acovardar e repetir em 2021 o mesmo período em que ficou muda no segundo semestre, só teremos pesquisa em abril. Até lá o Bolsonaro que existe hoje talvez não exista mais.
Não acredito nesta pesquisa a tempos
É uma tragédia social anunciada. O fim do auxílio emergencial e a falta de empregos formais, principalmente os de melhor qualificação e remuneração, serão os motivos q afundarão este governo, em 2021. Ele não têm plano b e será preciso deixar de investir em saúde e educação para ter algum dinheiro a fim de REPASSá-lo ao povo Necessitado.