O que há com o Judiciário?

Os promotores, os procuradores e os juízes ultraconservadores (para não dizer reacionários mesmo), que têm orientado graves decisões do Ministério Público e do Judiciário, constrangem os próprios colegas ou são vistos com naturalidade?

O juiz Alex da Costa de Oliveira, do Distrito Federal, que orientou a Polícia a usar técnicas de tortura contra estudantes, para desocupar uma escola, é encarado como parte da normalidade da Justiça pelos colegas?

Por que as decisões de indivíduos como este têm proliferado no Brasil pós-golpe? É casualidade?

Pois o juiz deste caso, acredite, é da Vara da Infância e da Juventude.

Leia o que ele determinou, em despacho para desocupação do Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab), em Taguatinga:

“Como forma de auxiliar no convencimento à desocupação, autorizo expressamente que a Polícia Militar utilize meios de restrição à habitabilidade do imóvel, tal como suspenda o corte do fornecimento de água; energia e gás. Da mesma forma autorizo que restrinja o acesso a terceiros, em especial parentes e conhecidos dos ocupantes, até que a ordem seja cumprida. Autorizo também que impeça a entrada de alimentos. Autorizo, ainda, o uso de instrumentos sonoros contínuos, direcionados ao local da ocupação, para impedir o período de sono. Tais autorizações ficam mantidas independentemente da presença de menores no local, os quais, a bem da verdade, não podem lá permanecer desacompanhados de seus responsáveis legais”.

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