O que não aprendemos

Suzana Lisbôa, viúva do militante político Luiz Eurico Tejera Lisbôa, assassinado pela ditadura, participou de um debate com o jornalista Rafael Guimaraens, no lançamento do novo livro dele, O Sargento, o Marechal e o Faquir (Libretos). Foi agora à noite, na Fundação Ecarta.
Suzana procurou e encontrou o corpo do marido desaparecido em 1972, um consolo que outras viúvas não tiveram.
Leiam o que ela disse no debate: o grande erro das esquerdas no Brasil foi o de não enfrentar a questão dos mortos e dos desaparecidos na ditadura.
Na sequência, digo eu, o erro fatal foi ter subestimado o efeito que seria provocado pelo desfecho frustrante dos trabalhos da Comissão da Verdade (não por culpa da comissão, mas por falta de lastro político que a sustentasse).
Foi a festa para a direita, já fortalecida pela anistia que preservou torturadores, e com os muitos vacilos da esquerda, já na democracia.
O que está aí hoje é o aperfeiçoamento de uma direita que já consegue aplicar golpes sem militares.
O advogado Werner Becker, defensor de presos políticos nos anos 70, fez outro alerta: vem aí coisa muito pior do que vocês estão pensando. Vem aí, disse ele, um novo 64.
Estamos numa situação em que qualquer tipo de alerta, por mais exagerado que pareça, não pode ser subestimado.

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